O Fórum para a Competitividade estima que tenha havido uma "ligeira desaceleração" da economia em cadeia no segundo trimestre deste ano, alertando para "riscos orçamentais e políticos" no segundo semestre, segundo uma nota hoje divulgada.
"O Fórum para a Competitividade estima que terá havido uma ligeira desaceleração da economia portuguesa no 2.º trimestre,de 0,8% para entre 0,5% e 0,8% em cadeia e de 1,5% para entre 1,9% e 2,2% em termos homólogos",destacou,no mesmo documento.
A entidade alertou ainda para os próximos trimestres,"ensombrados por riscos orçamentais e políticos em Portugal,mas também em França e nos EUA".
Segundo o Fórum,em termos políticos nacionais,"há uma elevada incerteza sobre o orçamento de 2025",destacando que "a proposta original até pode vir a ser aprovada na generalidade,para depois ser desfigurada na especialidade".
Ainda assim,ressalvou,neste orçamento "regressam as regras orçamentais europeias,o que poderá constituir um travão importante à capacidade da oposição de adulterar a versão inicial",mas "não é claro que existam os mecanismos institucionais suficientes para isso,e ainda menos que a sua aplicação seja eficaz".
"Isso poderá colocar o Governo num dilema muito difícil: ou aceita governar com um orçamento desvirtuado ou apresenta a demissão",referiu,apontando a possibilidade de "tensões políticas significativas,com potencial para ter um impacto visível sobre a economia".
O Fórum para a Competitividade apontou ainda dificuldades na situação internacional,com incertezas políticas que "não são menores" em particular em França e dos EUA.
"Em França,teremos a segunda ronda das eleições intercalares,podendo gerar um parlamento com dificuldade em formar um Governo ou com uma extrema-direita pouco cooperativa com a UE,podendo conduzir a uma paralisia comunitária",detalhou.
Também as eleições presidenciais norte-americanas de novembro trazem riscos,com a possibilidade de eleição de Donald Trump,que "defende políticas prejudiciais à UE".
"Por um lado,teme-se o aprofundamento de um conflito comercial e,por outro,a redução do apoio à NATO e à Ucrânia,deixando uma fatura muito significativa nas mãos dos europeus",indicou.
Assim,para o Fórum,o segundo semestre terá "sombras políticas extensas,que poderão arrefecer o desempenho económico de Portugal".
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