A rendibilidade das empresas baixou para 8,8% nos primeiros três meses do ano, ainda que a sua autonomia financeira tenha continuado a aumentar para um máximo de 18 anos, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
"No final do primeiro trimestre de 2024,a rendibilidade das empresas - medida pelo rácio entre os resultados antes de amortizações,depreciações,juros e impostos (EBITDA) e o total do ativo - foi de 8,8% (9,0% no quarto trimestre de 2023 e 9,3% no período homólogo)",referem as estatísticas das empresas da central de balanços,hoje divulgadas pelo BdP.
Este é o terceiro trimestre consecutivo em que se verifica uma redução da rendibilidade do ativo.
A análise setorial assinala que a rendibilidade do ativo desceu em todos os setores de atividade,exceto nos da eletricidade,gás e água e construção,que tiveram subidas homólogas de 4,2 e 0,2 pontos percentuais (p.p.),para 12,9% e 6,8%.
Os setores das sedes sociais (6,7%),comércio (8,0%) e transportes e armazenagem (12,1%) foram os que registaram maiores perdas na rendibilidade do ativo,baixando,respetivamente,3,3 p.p.,1,7 p.p. e 1,5 p.p.
Os setores das indústrias (-0,8 p.p.,para 10,4%) e de outros serviços (-0,7 p.p.,para 7,9%) tiveram quebras homólogas menores.
Entre as empresas privadas,a rendibilidade foi positiva,tendo aumentado 1,8 p.p. em termos homólogos,4%,apesar da quebra de 0,2 pontos face ao trimestre anterior.
Já no capítulo da autonomia financeira,medida pelo peso do capital próprio no total do ativo,esta aumentou 2,1 p.p.,para 44,5%,atingindo um máximo desde o início da série,em 2006 e prolongando a série de subidas que se iniciou no terceiro trimestre de 2020.
Dentro do setor privado,face ao trimestre homólogo,a autonomia financeira subiu em todos os setores -- com exceção das sedes sociais (-1,6 p.p.,para 61,1%) --,para um valor global de 44,8%.
Em relação ao ano anterior,destacaram-se as subidas na eletricidade e água (6,5 p.p.,7%) e nas indústrias (3,para 47,9%).
A autonomia financeira das pequenas e médias empresas subiu 1,para 45% e nas grandes empresas 3,para 39,5%.
O peso dos financiamentos obtidos no total do ativo recuou de 28,4% para 27,1% em termos homólogos durante o primeiro trimestre de 2024,enquanto os custos dos financiamentos obtidos aumentaram de 3,2% para 4,2% em termos homólogos.
A cobertura dos gastos de financiamento das empresas,uma "medida de pressão financeira que quantifica o número de vezes que o EBITDA gerado pelas empresas é superior aos seus gastos de financiamento" caiu de 9,9 vezes para 7,6 vezes.
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