As colheitas de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil devem cair 6,2% este ano comparando com 2023, devido aos problemas climáticos registados no último ano, segundo o Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE).
A projeção avançada hoje pelo IBGE é de que as colheitas destes produtos totalizem 295,9 milhões de toneladas em 2024,quando em 2023 registou 315,4 milhões de toneladas colhidas.
A queda na projeção das colheitas de grãos do país sul-americano tem relação direta com os problemas climáticos registados no último ano,refere num comunicado o órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro.
"A colheita 2023/2024 teve vários problemas desde o início da sua implantação,como falta de chuvas e ocorrência de altas temperaturas,durante a colheita de verão (1.ª colheita),havendo a necessidade do replantio de algumas áreas",apontou Carlos Alfredo Guedes,gerente de agricultura do IBGE.
O especialista observou que no estado brasileiro do Rio Grande do Sul houve excesso de chuvas e inundações e agora com a segunda colheita do milho foi constatado que esses problemas foram mais graves.
Já o responsável pela área de Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE,Carlos Barradas,destacou que,embora a projeção não mostrem totalmente as perdas esperadas com as inundações do Rio Grande do Sul,a redução da produção reflete também o impacto dos problemas climáticos ocorridos em 2023 e 2024,não só de excesso de chuva,mas também de seca no bioma Cerrado (abrange cerca de 22% do território brasileiro),em estados como Minas Gerais,Mato Grosso,Goiás e Mato Grosso do Sul.
O arroz,o milho e a soja,os três principais produtos,somados,representam 91,6% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida nesse ano no Brasil.
As projeções são de decréscimos de 3,4% para a soja,de 13,3% para o milho (reduções de 15% na 1.ª colheita e de 12,8% no milho de 2.ª colheita) e de 10,4% para o sorgo,segundo o IBGE.
Preveem-se acréscimos de 9,8% na colheita do algodão herbáceo (em caroço),de 4,1% para o arroz,de 9% para o feijão e de 23,7% para o trigo.
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