A bolsa nova-iorquina encerrou hoje de forma contrastada, devido a receios com o setor os semicondutores e, por outro lado, à rotação de investimentos em benefícios das empresas da dita economia clássica.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice tecnológico Nasdaq perdeu 2,77%,que é a sua mais forte queda desde 2022,enquanto pelo contrário,o seletivo Dow Jones Industrial Average estabeleceu pela terceira vez consecutiva um novo recorde.
Já o alargado S&P500 recuou 1,39%.
"Assistimos a uma ascensão ininterrupta" desde há várias semanas "e uma pausa parece adaptada,nesta situação",comentou Angelo Kourkafas,da Edward Jones.
"Houve uma inquietação sobre os semicondutores,que estiveram sob pressão",detalhou,"o que acentuou o movimento de rotação dos investimentos" dos investidores,que estão a diversificá-los depois de os terem concentrado essencialmente na tecnologia.
A causa da alteração da disposição dos investidores está a ser atribuída a Donald Trump,que considerou,em entrevista à Bloomberg Businessweek,que Taiwan "deve pagar para ser protegida" da China pelos EUA.
Estas declarações fizeram tremer o fabricante de microprocessadores TSMC,de Taiwan,que fechou a perder 7,98% em Wall Street,o qual é fornecedor de todos os principais operadores norte-americanos desta indústria,que lhe subcontratam parte da produção.
Assim,Nvidia (-6,62%),Qualcomm (-8,61%),AMD (-10,21%) e Broadcom (-7,91%) caíram fortemente. A exceção foi a Intel (+0,35%),que produz grande parte dos seus semicondutores.
No caso da Nvidia,a desvalorização hoje sofrida,de mais de 200 mil milhões de dólares da sua capitalização bolsista,mais do que excede a capitalização da McDonald's ou d Disney.
Outra vítima deste movimento foi a Apple (-2,53%),que é,de longe,o principal cliente da empresa de Taiwan.
E para reforçar este ambiente,a agência Bloomberg informou que o governo Biden pretendia reforçar ainda mais as restrições às exportações de semicondutores para a China.
A base legal da decisão é uma lei antiga que permite controlar as exportações de empresas baseadas fora dos EUA para países terceiros,para prevenir que estes tenham acesso a tecnologias norte-americanas.
O Dow Jones escapou a esta tendência de fundo,graça ao desempenho de empresas de setores tradicionais,como McDonald's (+1,45%) 3M (+1,29%),ou a UnitedHealth (+4,45%).
A antecipação da eleição de Trump para a Casa Branca aproveitou a vários setores,designadamente o da energia.
O promotor imobiliário reafirmou,na entrevista à Bloomberg Businessweek,a sua intenção de apoiar as empresas do petróleo e gás para fazer baixar os preços da energia.
ExxonMobil (+1,38%),Chevron (+2,19%) e a Cheniere (+1,62%) capitalizaram estas afirmações.
Da mesma forma,os bancos mantiveram a atração suscitada pelos resultados trimestrais e aproveitaram a linha de Trump,decidido a desregular a economia.
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