O presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, reiterou hoje que serão autocarros da STCP a operar provisoriamente no canal do 'metrobus' enquanto não chegarem os veículos encomendados especialmente para o serviço, pretendendo começar a operar em setembro.
"A nossa intenção é que esteja a operar em setembro,ou seja,que a infraestrutura que vai estar concluída nesta altura possa ser utilizada para servir os cidadãos",disse hoje aos jornalistas na futura estação Hospital Santo António,após ter sido furado o túnel até à estação da Galiza.
Questionado sobre que autocarros circularão provisoriamente,antes da chegada dos veículos encomendados pela Metro do Porto,Tiago Braga disse que a operação será feita "com material circulante da STCP",e que será assinado um memorando de entendimento entre as sociedades.
"O memorando vai ser assinado no seu devido momento,e será assinado antes da colocação em marcha dessa operação,que será sempre uma operação provisória",reiterou.
As obras da primeira fase do metrobus estão praticamente concluídas,estando a decorrer este mês as últimas pavimentações.
"Tendo a infraestrutura pronta,é possível colocar naquele canal,uma estrutura de linha do operador [STCP],beneficiando já de algumas circunstâncias,de alguns equipamentos,de algumas melhorias que fazem parte daquio que é a filosofia do BRT ['Bus Rapid Transit',vulgo metrobus]",considerou.
Porém,reconheceu que "há uma desconfiança sobre o que é que um BRT acrescenta ao ecossistema de mobilidade",mas salientou que a questão da prioridade nos semáforos "é uma vantagem,desde logo porque melhora a velocidade comercial" do serviço.
Em resposta às questões dos jornalistas,Tiago Braga confirmou ainda que será feito um cruzamento de via antes das estações do metrobus na Avenida da Boavista,uma vez que os autocarros têm portas à direita e as estações estão à esquerda.
Quanto à circulação na Avenida Marechal Gomes da Costa,em que o cruzamento antes das estações é impossível devido à existência de um separador central arborizado,Tiago Braga disse que uma solução "está a ser articulada neste momento",mas frisou que as paragens de autocarro normais,à direita,"já estão lá".
Em 15 de julho,a presidente da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP),Cristina Pimentel,considerou "impossível" arrancar com a operação do metrobus em setembro,apesar do presidente da Metro do Porto garantir que o memorando "será assinado a tempo".
Segundo a presidente da STCP,"no canal da Boavista,tecnicamente,é possível operar com autocarros 'standard' STCP (com troca de via imediatamente antes e depois dos abrigos),se se entender que esse será o caminho provisório",sem chamar a esse serviço metrobus,mas sim "uma linha de autocarro com canal dedicado".
A líder da STCP disse ainda que "não pode existir uma operação de BRT com três paragens (troço na Avenida da Boavista),porque a inversão de sentido nas restantes quatro paragens é uma impossibilidade física e de trânsito".
A presidente da STCP também já tinha afirmado à Lusa que aguardava a assinatura de um memorando com a Câmara do Porto,Estado e Metro do Porto desde maio de 2023.
O novo serviço ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) e estão previstas as estações Casa da Música,Guerra Junqueiro,Bessa,Pinheiro Manso,Serralves,João de Barros e Império,no primeiro serviço,e no segundo Antunes Guimarães,Garcia de Orta,Nevogilde,Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).
Os veículos definitivos do serviço serão autocarros a hidrogénio semelhantes aos do metro convencional e construídos por 29,5 milhões de euros por um consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar.
A obra do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.
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