Uma foto do crocodilo no scanner de TC que os pesquisadores usaram para determinar o conteúdo de seu estômago. O antigo crocodilo foi mumificado,provavelmente como uma oferenda a Sobek — Foto: Rep
Uma foto do crocodilo no scanner de TC que os pesquisadores usaram para determinar o conteúdo de seu estômago. O antigo crocodilo foi mumificado,provavelmente como uma oferenda a Sobek — Foto: Reprodução/Lidija McKnight
GERADO EM: 20/08/2024 - 04:00
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Pesquisadores britânicos revelaram detalhes inéditos sobre as últimas horas de vida de um crocodilo mumificado há cerca de 3.000 anos no Egito Antigo,através de tomografias computadorizadas realizadas em 2016. A múmia,que pertence ao acervo do Birmingham Museum and Art Gallery,no Reino Unido,tem 2,23 metros de comprimento e foi submetida a uma série de estudos radiográficos no Royal Manchester Children's Hospital. Esses exames ofereceram uma visão das práticas de mumificação e das condições naturais da época.
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A análise das imagens revelou que o trato digestivo do crocodilo estava repleto de pequenas pedras chamadas "gastrólitos",comumente ingeridas por répteis para auxiliar na digestão e na regulação da flutuabilidade. Além disso,os pesquisadores identificaram a presença de um anzol de metal e restos de um peixe,indicando que o crocodilo foi capturado na natureza,possivelmente utilizando um método descrito por Heródoto,historiador grego do século V a.C. Segundo Heródoto,crocodilos eram atraídos por iscas,como porcos,e capturados com anzóis iscados colocados nas margens do rio Nilo.
Vista do rio Nilo entre a capital do Egito,Cairo (esquerda),e Gizé (direita),encoberta pela poluição do ar — Foto: Amir Makar/AFP
Segundo a Live Science,crocodilos ocupavam um lugar central na religião egípcia antiga,com associação ao deus Sobek,que era venerado como o Senhor do Nilo e protetor das águas. A presença desses animais no Nilo era considerada um bom sinal de uma enchente anual,que era essencial para terras agrícolas.
A prática de mumificação de crocodilos tinha uma função religiosa. Os animais eram frequentemente sacrificados e mumificados como oferendas a Sobek,e suas múmias eram usadas como talismãs para afastar o mal. A descoberta do anzol e do peixe entre os restos mortais do crocodilo,segundo a Live Science,sugere que,ao contrário das práticas comuns feitas em múmias humanas,esse animal não teve seus órgãos internos removidos. Isso reforça a teoria de que grandes crocodilos eram capturados e mumificados rapidamente,possivelmente devido ao perigo no manuseio de indivíduos maiores.
A tomografia computadorizada permitiu que os pesquisadores examinassem a múmia sem a necessidade de destruir ou danificar o artefato,marcando uma evolução significativa nos métodos de estudo de restos antigos. Essas técnicas de imagem moderna possibilitam a obtenção de informações detalhadas que antes eram inacessíveis,oferecendo novas perspectivas sobre as práticas de mumificação e a vida religiosa no Egito Antigo.
Crocodilo do Nilo no parque nacional Kruger,na África do Sul — Foto: AFP
Conforme destacou a pesquisa,a descoberta também mostra a importância dos registros históricos deixados por observadores clássicos,como Heródoto,cujas descrições agora ganham evidências físicas que corroboram suas hipóteses.
A múmia continua em exposição no Birmingham Museum and Art Gallery,onde também está acompanhado por uma réplica em bronze do anzol,produzida pela Escola de Joalheria de Birmingham,ilustrando o instrumento usado na captura do crocodilo há milhares de anos.
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Recém-aberto nos Emirados Árabes Unidos,o Dubai Crocodile Park reúne 250 crocodilos-do-nilo,um dos principais predadores da África — Foto: Giuseppe Cacace / AFP
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Recém-aberto nos Emirados Árabes Unidos,um dos principais predadores da África — Foto: Giuseppe Cacace / AFP
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Recém-aberto nos Emirados Árabes Unidos,um dos principais predadores da África — Foto: Giuseppe Cacace / AFP
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Recém-aberto nos Emirados Árabes Unidos,um dos principais predadores da África — Foto: Giuseppe Cacace / AFP
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Visitante observa um crocodilo-do-nilo num aquário do Dubai Crocodile Park,que acabou de ser inaugurado nos Emirados Árabes Unidos — Foto: Giuseppe Cacace / AFP
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