CULTURA Sep 21, 2024 IDOPRESS

Nunes mira subgrupos do bolsonarismo por 2º turno e vê radicais com Marçal até o fim

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição,Ricardo Nunes (MDB),e o rival Pablo Marçal (PRTB): disputa pelo eleitorado bolsonarista — Foto: Fotos de Maria Isabel Oliveira/O Globo

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição,Ricardo Nunes (MDB),e o rival Pablo Marçal (PRTB): disputa pelo eleitorado bolsonarista — Foto: Fotos de Maria Isabel Oliveira/O Globo

Em sua aposta para conquistar eleitores de Jair Bolsonaro que migraram para a candidatura de Pablo Marçal (PRTB),a campanha do prefeito de São Paulo,montou uma estratégia que dividiu a direita em subgrupos com o intuito de traçar estratégias para fisgá-los e garantir uma vaga no segundo turno.

Leia também: Nunes paga pedágio a bolsonaristas e muda de posição em vacina e impeachment de MoraesE ainda: Ameaça de Pablo Marçal de pedir cassação do registro de Datena ‘sobe no telhado’

Nunes vem fazendo um périplo por canais de influenciadores bolsonaristas,dando entrevistas em que se esforça para mostrar que é de direita,a ponto de mudar de posição sobre o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes – antes,não defendia,agora acha que deve ser avaliado pelo Congresso – e a vacinação contra a Covid-19 – antes considerava que deveria ser obrigatória,agora diz que não.

A estratégia de “dividir para conquistar” leva em conta que nem todos os subgrupos do bolsonarismo aceitariam migrar de Nunes para Marçal,mas baseia-se na avaliação de que uma fatia grande desse eleitorado pode ser conquistada.

Leia também: Regras antecipam tensão sobre o próximo debate entre candidatos a prefeito de São PauloE ainda: Ameaça de Pablo Marçal de pedir cassação do registro de Datena ‘sobe no telhado’

Na leitura da campanha de Nunes e interlocutores que acompanham de perto a corrida paulistana,a ala mais radical dos apoiadores de Bolsonaro não vai aderir ao prefeito por considerá-lo moderado demais e incompatível com o estilo inflamável do ex-presidente,muito mais próximo do ex-coach.

Os famosos que estão concorrendo nas eleições 2024

1 de 15


Os famosos que estão concorrendo nas eleições 2024 — Foto: Reprodução

2 de 15


O ator e ex-participante do 'BBB 20' Babu Santana é candidato a vereador no Rio de Janeiro,pelo PSOL — Foto: Reprodução

Pular

X de 15


Publicidade 15 fotos

3 de 15


O apresentador de TV Dudu Camargo é candidato a vereador por São Paulo — Foto: Reprodução

4 de 15


Aos 71 anos,o ator Mario Gomes e candidato a vereador no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução

Pular

X de 15


Publicidade

5 de 15


Famoso pelo papel em "Senhora do destino",o ator Agles Steib é candidato a vereador no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução

6 de 15


Adrilles Jorge,ex-"BBB" e comentarista política na Jovem Pan,é candidato a vereador em São Paulo — Foto: Reprodução

Pular

X de 15


Publicidade

7 de 15


Conhecido pelo pelo personagem Cabeção de "Malhação",Sergio Hondjakoff é candidato a vereador pelo partido Cidadania,do Rio de Janeiro — Foto: Reprodução

8 de 15


A atriz e apresentadora de TV Cristina Prochaskaé candidata a prefeitura de Ubatuba,em São Paulo — Foto: Reprodução

Pular

X de 15


Publicidade

9 de 15


O ator Licurgo Spinola,que fez novelas na Globo e na Record,é candidato a vereador em Curitiba,no Paraná — Foto: Reprodução

10 de 15


Thammy Miranda,filho de Gretchen,é candidato a vereador em São Paulo — Foto: Reprodução

Pular

X de 15


Publicidade

11 de 15


Ex-Chiquitita,Renata Del Bianco é candidata a vereadora em São Paulo — Foto: Reprodução

12 de 15


O humorista Marquito é candidato a vereador em São Paulo — Foto: Reprodução

Pular

X de 15


Publicidade

13 de 15


Ex-ator do 'Teste de fidelidade',Marcos Oliver é candidato a vereador em São Paulo — Foto: Reprodução

14 de 15


Jornalista,youtuber e participante de "A fazenda",Léo Áquilla é candidata é vereadora em São Paulo — Foto: Reprodução

Pular

X de 15


Publicidade

15 de 15


Ativista pela causa animal,Luisa Mell é candidata a vereadora em São Paulo — Foto: Reprodução

.

São eleitores que apoiaram a pré-candidatura do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e,quando ele saiu da disputa,se bandearam para Marçal a despeito do apoio do PL a Nunes e da indicação do vice bolsonarista,o ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araújo (PL).

Análise: Cadeirada de Datena mostra que melhor forma de desmascarar Marçal é hackear seus métodosJustiça: TRE de São Paulo marca julgamento sobre suspensão das redes de Pablo Marçal

Por isso,a prioridade da campanha de Nunes é outro subgrupo bolsonarista que eles calculam ser bastante representativo. São conservadores que não engolem as denúncias de envolvimento de Marçal e aliados do PRTB com a maior facção criminosa do Brasil,o Primeiro Comando da Capital (PCC),nem a condenação do ex-coach por golpes financeiros.

Na avaliação de estrategistas e marqueteiros,esse segmento do eleitorado ainda pode ser cativado,e é em busca deles que se dá a guinada.

Esse bolsonarista faz questão de que seu candidato se declare cristão,contra a “ideologia de genero”,o aborto e descriminalização das drogas,além de ser favorável à anistia aos presos do 8 de janeiro e à abertura do impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Cadeirada em Marçal: Debate com agressão de Datena bate recorde de audiência no YouTubeLeia também: Datena cresce nas redes após cadeirada em Marçal e rivais monitoram reação do eleitorado

São justamente as bandeiras que Ricardo Nunes tem explorado em seu périplo por canais conservadores,como mostramos no blog.

Hoje,para aliados próximos do prefeito,a campanha só pode contar com o apoio da fração de bolsonaristas que apoiam a agenda econômica liberal e rejeitam o candidato de Lula na capital,Guilherme Boulos (PSOL),mas não são tão apegados à pauta de costumes e não confiam em Marçal.

Cai como uma luva para essa estratégia o vídeo compartilhado por Bolsonaro nas redes sociais nesta sexta-feira (20) criticando duramente a comparação que Pablo Marçal fez entre a cadeirada que sofreu de José Luiz Datena (PSDB) no debate da TV Cultura no domingo passado com a facada sofrida por ele durante a campanha de 2018,em Juiz de Fora (MG).

Relembre: O temor no STF por Alexandre de Moraes após nota da embaixada dos EUA sobre suspensão do XSTF: O novo cálculo da Polícia Federal para os inquéritos que miram Bolsonaro na Corte

Na gravação,Bolsonaro mostrou as cicatrizes das múltiplas cirurgias decorrentes do atentado e fez um “apelo” para que seus apoiadores votem “não com o coração e a emoção,mas com a razão”. O ex-presidente,então,endossou explicitamente Nunes destacando o candidato a vice,o ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araújo (PL),indicação pessoal do ex-presidente.

“Quem está mais preparado para governar São Paulo? O vice do Ricardo Nunes foi indicado por mim,o coronel Mello Araújo,que esteve à frente da respeitadíssima Rota e botou moral e ordem no Ceagesp [Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo]”,diz Bolsonaro no vídeo distribuído em sua lista de transmissão do WhatsApp e apoiadores como o pastor Silas Malafaia.

Congresso: Com apoio de Lira a Hugo Motta,Elmar é preterido pela segunda vez na sucessão da CâmaraLeia também: Suspensas pelo STF,emendas Pix já foram usadas por Lira,que enviou R$ 16 milhões a aliados

“Deixo claro,não vou deixar ninguém com dúvida. Se eu fosse eleitor de São Paulo,capital,votaria na reeleição do Ricardo Nunes. Por ele e pelo vice,Mello Araújo”,completa em outro trecho da gravação.

Voto útil

Outro elemento central da estratégia é a defesa do voto útil em Nunes já no primeiro turno para evitar um confronto entre o ex-coach e Boulos,já que as pesquisas de intenção de voto indicam que no segundo turno Boulos poderia ganhar de Marçal – o que tiraria a direita do poder em São Paulo,com forte repercussão para a articulação da direita em 2026.

O principal patrocinador dessa tese é o governador de São Paulo,Tarcísio de Freitas (Republicanos),que entrou de cabeça na campanha do prefeito a ponto de se tornar seu principal avalista no bolsonarismo – mais do que o próprio Bolsonaro.

Salvador: Plano de governo de candidato de Lula em Salvador só tem capa e contracapa no site do TSESão Paulo: MP Eleitoral se manifesta contra ação que ameaça candidatura de Pablo Marçal no TSE

Isso porque o ex-presidente tentou se distanciar de Nunes para não perder apoio dos próprios eleitores. Quando Marçal começou a subir nas pesquisas,Bolsonaro chegou a aconselhar Tarcísio a não bater de frente com o ex-coach e argumentou que,se fizesse isso,o governador assinaria seu “atestado de óbito” político.

Depois de alguns erros táticos de Marçal,porém – como chegar no final do ato de 7 de setembro e depois divulgar que foi barrado no carro de som –,Bolsonaro decidiu partir para a briga pública,no que teve o apoio do pastor Silas Malafaia,da Assembleia de Deus.

As pesquisas divulgadas nos últimos dias mostram que o movimento capitaneado por Tarcísio de Freitas começou a dar resultado,apesar da previsão sombria de seu padrinho político.

Caso Silvio Almeida: Atribuir denúncias a guerra identitária é diminuir luta das mulheresAssédio na Esplanada: PF quer manter sob sigilo delegada que investiga caso Silvio Almeida

Na Quaest,o prefeito passou de 19% no fim de agosto para 24% no último levantamento,divulgado na última quarta-feira. Marçal,por sua vez,saiu de 19% para 24% na primeira semana de setembro,mas caiu para 20% na pesquisa mais recente. Hoje,Marçal aparece sete pontos atrás de Nunes e seis atrás de Guilherme Boulos.

O Datafolha divulgado na quinta-feira registrou movimento parecido. Os dados detalhados das pesquisas mostram que Marçal desidratou entre homens,eleitores jovens,eleitores de Bolsonaro em 2022 e evangélicos.

Ainda segundo o levantamento do instituto,Nunes ultrapassou Marçal entre o eleitorado evangélico. Ele aparece com 32% entre o segmento contra 26% de Marçal. O prefeito cresceu três pontos percentuais em comparação com o levantamento anterior,enquanto o rival do PRTB caiu quatro pontos percentuais.

Leia também: Marçal vive em mansão de R$ 45 milhões de aliado que administra doações em jantaresContexto: Ação que ameaça candidatura de Pablo Marçal caminha a passos lentos no TSE

Em resposta,Marçal apresentou no debate organizado pelo SBT na última sexta um figurino “paz e amor” que,em suas palavras,representaria “sua melhor versão”. Se a estratégia colará entre os eleitores,somente os próximos levantamentos poderão indicar.

Mas a revelação de uma gravação em que o ex-coach admite ter encenado o vídeo publicado nas redes sociais em que o candidato aparece em uma ambulância recebendo oxigênio a caminho do hospital após a cadeirada de Datena,embora tenha cogitado permanecer no debate e deixado o estúdio caminhando sem dificuldades,pode chamuscar ainda mais a imagem do ex-coach,que tem a maior rejeição entre os candidatos (47%,segundo o Datafolha).

É nesse cenário embaralhado à direita que a campanha de Ricardo Nunes pretende navegar nos próximos dias,certa de que herdará votos de Marçal e de eleitores de centro em um eventual segundo turno contra Boulos sem necessariamente colar em Bolsonaro,que tem alta rejeição na capital.

Assédio na Esplanada: Planalto foi alertado sobre denúncia de Anielle contra Silvio AlmeidaCaso J&F: Justiça do DF ‘ressuscita’ desconto de R$ 6,8 bi ao grupo derrubado por conselho do MPF

Bolsonaro e Tarcísio foram derrotados por Lula e Fernando Haddad (PT) em 2022 na corrida pela presidência e o governo paulista na capital,e o empate técnico com Boulos nas pesquisas sugere que o alinhamento com o bolsonarismo pode ter seu preço.

Um observador atento da disputa em São Paulo argumentou,sob reserva,que o “pedágio” pago por Nunes aos bolsonaristas em canais conservadores deve ajudar a dar impulso nesta reta final – a ponto de o próprio Bolsonaro se sentir à vontade para gravar vídeos em apoio ao prefeito meses após declarar em uma entrevista que o aliado não era “o candidato ideal”.

7 de setembro: Vídeo com Marçal 'traidor' e 'arregão' abre ofensiva bolsonarista contra ex-coach após ato na PaulistaVeja também: Impeachment de Alexandre de Moraes: a próxima aposta de aliados de Bolsonaro para pressionar Pacheco

É um cenário favorável para a estratégia de dividir o bolsonarismo para conquistá-lo. Mas a dinâmica da disputa em São Paulo neste ano sugere cautela. Com tantos episódios insólitos e reviravoltas desde a pré-campanha,o cenário dos próximos 15 dias até a abertura das urnas no primeiro turno pode estar sujeito a mudanças de última hora.

Tópico Moda: Guia Ultimate para as últimas tendências da moda

Bem -vindo ao nosso guia sobre as últimas tendências da moda! Neste mundo de moda em ritmo acelerado e em constante mudança, pode ser um desafio acompanhar os estilos e tendências mais recentes. Mas não tema, porque o abordamos. De desfiles ao estilo de rua, de grampos clássicos a designers emergentes, nosso guia abrangente fornecerá tudo o que você precisa saber para navegar no emocionante mundo da moda. Vamos embarcar nessa jornada de alfaiataria juntos e descobrir como você pode abraçar sem esforço as últimas tendências da moda!