Rua da Oriente,em Santa Teresa — Foto: Vittoria Alves/Agência O Globo RESUMOSem tempo? Ferramenta de IA resume para você
Rua da Oriente,em Santa Teresa — Foto: Vittoria Alves/Agência O Globo
GERADO EM: 24/11/2024 - 22:23
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Os moradores de Santa Teresa cobraram,na última sexta-feira,a entrega das obras de revitalização do sistema de bondes da região. Uma parte do ramal Paula Mattos,trecho que faz o trajeto entre o Largo dos Guimarães e o Posto de Saúde Ernani Agrícola,foi finalizado em agosto deste ano. No entanto,os outros pontos que estavam para serem entregues neste mês permanecem em andamento. Procurada pelo O GLOBO,a secretaria estadual de Transporte e Mobilidade Urbana afirmou que o prazo precisou ser estendido devido ao G20.
A população que mora na Rua do Oriente,onde as obras estão concentradas,demonstra estar preocupada com o atraso. A Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (AMAST) pontua que o bairro já espera há mais de dez anos pelas obras.
O ramal Paula Mattos é a principal reivindicação desde o acidente que vitimou seis pessoas,em 2011. A AMAST ressalta os transtornos vividos pelos moradores atualmente.
— Essa é uma luta de muito tempo. Houve esse adiamento,mas o problema é se acontecerem vários outros. Ficar nessa expectativa é muito ruim porque adiaram esse prazo,mas será que vão adiar o segundo também? É verdade que houve um atraso com relação à chegada dos trilhos,só que não entendemos muito bem como é que não havia uma projeção com relação à troca. A ansiedade é nesse sentido,de que a obra seja adiada mais vezes. Isso vai gerar uma insatisfação muito grande por parte dos moradores,que têm colaborado na medida do possível — diz Orlando Lemos,diretor de comunicação da AMAST.
Ainda de acordo com Lemos,o trânsito na região está sendo afetado com as interdições que estão sendo realizadas:
— A boa vontade dos moradores existe porque o transporte contempla 10 mil pessoas naquela região do Paula Mattos. É uma luta de 13 anos que agora vai se concretizando. Porém,de qualquer forma isso gera transtornos,principalmente com relação ao trânsito muito difícil e a má vontade da Transurb em determinadas situações de horário de ônibus que já são caóticos.
Para a administradora Helena Rios,de 42 anos,o transporte é fundamental para o bairro e,ultimamente,tem sido focado somente em solucionar as questões dos turistas que vêm ao Rio. A moradora pontua que os transportes públicos costumam estar lotados e se tornam praticamente inviáveis durante a semana.
— Temos um péssimo atendimento de transportes,pois os ônibus vivem lotados. O bondinho é a forma mais rápida de se deslocar e o trânsito só tem aumentado por aqui,o que dificulta até andar a pé. Essa é uma questão de real necessidade pública. O bondinho não está aqui só para os turistas passearem — aponta.
Enquanto isso,Davi Pereira,de 58 anos,reforça que as necessidades da população da região teriam sido ignoradas por muito tempo:
— Olha,são muitos anos que prometem o mesmo. Agora realmente estão fazendo,só que sempre fica aquele sentimento de apreensão porque vai que alguma coisa dá errado e eles resolvem dar um passo para trás.
Com um investimento de aproximadamente R$ 70 milhões,as obras,que começaram em janeiro,visam à modernização do sistema,incluindo a troca de mil metros da via permanente e da rede aérea. O objetivo é oferecer mais segurança e comodidade aos passageiros,que vão usar os ramais Paula Mattos e Silvestre — previsto apenas para 2025.
Em nota,a secretaria estadual de Transporte e Mobilidade Urbana esclareceu que o cronograma das obras foi modificado em função do G20,devido à necessidade de interdição de vias do bairro. A pasta informou que as revitalizações seguem transcorrendo no ramal Paula Mattos,faltando menos de 300 metros para a instalação dos novos trilhos. Ao todo,a secretaria conta que mais de 1400 metros da via permanente e da rede aérea foram renovados. A previsão é que as intervenções no ramal sejam finalizadas até dezembro.
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