A despesa anual média das famílias em Portugal ascendeu a 23.900 euros em 2022/2023, sendo que 66% dos encargos estiveram associados à habitação (39,3%), à alimentação (12,9%) e aos transportes (12,1%), revelou hoje o INE.
Os resultados do Inquérito às Despesas das Famílias 2022/2023 evidenciam que a despesa anual média associada à habitação ascendeu a 9.390 euros,enquanto a alimentação situou-se em 3.091 euros e os transportes rondaram os 2.888 euros.
O inquérito do INE permitiu também saber que as despesas com restaurantes e alojamento representaram 8,6% dos gastos anuais médios das famílias.
Em termos de território nacional,o estudo indica que foi direcionada uma "menor parcela da despesa das famílias" para a cultura,recreação,deporto e lazer e aos serviços de educação nas áreas predominantemente rurais.
O inquérito permitiu também concluir que a despesa anual média foi mais elevada na Área Metropolitana de Lisboa (26.891 euros) e que o Algarve superou a média nacional.
Também o Alentejo e,com menor expressão,a Área Metropolitana de Lisboa se distanciaram da média nacional,sobretudo pelo peso das despesas em habitação -- menor do que a média nacional,no caso do Alentejo (33,4% face aos 39,3% de média nacional),e maior que a média nacional,no caso da Área Metropolitana de Lisboa (43,8%).
No Algarve e na Região Autónoma da Madeira destacam-se ainda comportamentos diferentes quanto às despesas com alimentação,que assumiram,no total da despesa média das famílias,maior (14,2%) e menor peso (11,6%),respetivamente,do que a média nacional (12,9%).
Pelo contrário,a despesa média regional mais baixa observou-se na Região Autónoma dos Açores (19.431 euros),que também apresentou "o perfil regional de despesa mais distante da média nacional",segundo o estudo.
Os resultados sugerem ainda que os agregados familiares com crianças dependentes gastam anualmente,em média,mais 9.731 euros que aqueles que não têm crianças dependentes,o que se traduz numa despesa mensal média superior em 811 euros.
As famílias pertencentes ao último quintil de rendimento (20% das famílias com maiores rendimentos) gastaram mais do dobro dos agregados familiares integrados no primeiro quintil de rendimento (20% das famílias com menores rendimentos).
A proporção de despesas com saúde superiores a 10% do rendimento observou-se sobretudo nas famílias sem crianças dependentes (14,1%),enquanto no caso das famílias com crianças dependentes,aquela proporção foi de 7,7%.
As despesas com saúde nas famílias com idosos,especialmente nas pessoas idosas a viver só,por seu turno,representaram 20,4% dos gastos totais,enquanto no caso das despesas de saúde nas famílias com dois ou mais adultos,em que pelo menos um é idoso,corresponderam a 16,9%,segundo as conclusões do inquérito realizado pelo INE.
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