O ministro das Infraestruturas e Habitação afirmou hoje, em Coimbra, que o Governo está a estudar a região Centro “de forma diferente”, nomeadamente nos dossiês do itinerário principal 3 (IP3) e autoestrada 13 (A13).
“Posso afirmar aqui – não proclamar que o iremos fazer – que este Governo está a estudar a região Centro de forma diferente,no que concerne ao IP3,A13 e alta velocidade”,disse Miguel Pinto Luz,que discursava na cerimónia de apresentação do aviso para a conclusão do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM),que decorreu hoje,no Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção (Itecons),em Coimbra.
Instigado por um discurso prévio da vereadora da Câmara de Coimbra Ana Bastos para acabar com um país que considerou “bipolarizado”,o ministro admitiu que o SMM é uma dívida histórica que está a ser reposta,mas que a região “precisa de mais”.
“Tem perdido competitividade e,se calhar,por falta de investimento público”,notou,apontando para a falta do mesmo em infraestruturas como o IP3 (ligação entre Coimbra e Viseu) ou a A13 (Autoestrada do Pinhal Interior),que poderiam ajudar o Centro a “funcionar como um macro polo”.
Miguel Pinto Luz considerou que o investimento público está a acontecer,em casos como a aposta na alta velocidade,que já estava previsto pelo anterior Governo que passasse por Leiria,Coimbra e Aveiro,mas que será também preciso uma aposta na mobilidade urbana.
Questionado pelos jornalistas no final da cerimónia,o ministro apenas referiu que o Governo está a “reforçar o pensamento” sobre o que poderá fazer “à volta do IP3”,uma “eterna adiada solução de mobilidade à volta da região Centro”,assim como a A13.
A vereadora da Câmara de Coimbra com o pelouro da mobilidade e transportes,Ana Bastos,aproveitou o seu discurso para criticar a diferença de tratamento que a administração central dá no apoio à mobilidade urbana entre as duas áreas metropolitanas e o resto do país.
“O défice anual [para o serviço dos transportes urbanos de Coimbra] é na ordem dos dez milhões de euros e é totalmente coberto pela Câmara. É um défice muito grande para o magro orçamento municipal”,salientou,considerando a situação “dramática”.
Nesse sentido,apelou ao Governo para que olhe para a forma como trata os territórios do Centro,perante “um país polarizado”,por forma a assegurar que atinge as metas a que se propõe na área ambiental.
“Tenham um carinho especial pela região e tratem-na como uma área metropolitana”,disse,referindo que os programas de apoio disponíveis para o apoio aos transportes públicos são insuficientes.
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