A inspetora-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho garantiu hoje que houve um "motivo tecnológico" que justificou o recurso ao `lay-off´ na Autoeuropa e que a empresa cumpriu a legalidade com uma negociação prévia com os trabalhadores.
"A ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] verificou que de facto existe um motivo tecnológico e que houve negociação com a Comissão de Trabalhadores",disse Maria Fernanda Campos,durante uma audição na Comissão de Trabalho,Segurança Social e Inclusão da Assembleia da República,a requerimento do grupo parlamentar do PCP.
"O que está previsto que a ACT continue a fazer é verificar que estão garantidos os direitos dos trabalhadores decorrentes desta medida legal,de que a empresa se socorreu. No caso de não serem escrupulosamente cumpridos [esses direitos],obviamente que mobilizaremos os procedimentos e os inspetivos adequados ao seu cumprimento e ao sancionamento do incumprimento",acrescentou.
Maria Fernanda Campos disse ainda que a ACT continua a acompanhar a situação de outras quatro empresas do Parque Industrial da Autoeuropa,que são fornecedoras da fábrica de automóveis da Volkswagen e que também recorreram ao `lay-off´.
A fábrica da Autoeuropa,em Palmela,no distrito de Setúbal,decidiu aplicar o regime de `lay-off´ a 3.742 dos cerca de 4.900 trabalhadores da empresa num período de oito dias no mês de junho e de 13 dias no mês de julho,no âmbito de um processo de descarbonização e alterações tecnológicas de infraestruturas da fábrica,que são necessárias para a produção de novos modelos de automóveis.
Em negociação prévia com a Comissão de Trabalhadores,a Autoeuropa comprometeu-se a pagar,na íntegra,o salário e o subsídio de turno a todos os trabalhadores durante a aplicação do regime de `lay-off´.
No passado dia 10 de julho,o presidente do Instituto da Segurança Social (ISS),que também foi ouvido na Comissão de Trabalho,Segurança Social e Inclusão,admitiu que o pedido de o `lay-off´ na Autoeuropa só tinha sido validado dois dias antes,na segunda-feira dia 08 de julho,mas defendeu que o processo estava praticamente aprovado desde que a empresa apresentou o pedido cumprindo os requisitos formais.
Apesar das paragens previstas que motivaram o recurso ao `lay-off´,regime em que a Segurança Social portuguesa se substitui temporariamente às empresas no pagamento de uma parte dos salários,a Autoeuropa prevê um aumento da produção em 2024.
A empresa decidiu recorrer ao `lay-off´ no âmbito de um processo de descarbonização e alterações tecnológicas de infraestruturas da fábrica,que são necessárias para a produção de novos modelos de automóveis.
A administração do grupo Volkswagen,na Alemanha,admitiu,entretanto,que a fábrica de automóveis de Palmela "está a ser considerada para receber um carro elétrico".
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