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Tatiana Weston-Webb está entre as favoritas ao pódio em Paris-2024 — Foto: William Lucas/COB
GERADO EM: 27/07/2024 - 05:30
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Única brasileira na elite mundial do surfe,Tatiana Weston-Webb está entre as favoritas para subir no lugar mais alto do pódio em Paris-2024. Com a bagagem de Tóquio-2020,em que parou nas oitavas de final,a surfista de 28 anos tem como vantagem,desta vez,o retrospecto em Teahupoo,no Taiti. A experiência dela de quase dez temporadas no circuito se junta à juventude de Luana Silva,20,e Tainá Hinckel,21,que vão competir pela primeira vez nesta onda justamente na estreia olímpica.
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Desde que passou a defender o Brasil dentro d’água em 2018,Tatiana,que nasceu em Porto Alegre e foi criada na ilha havaiana do Kauai,assumiu de vez o posto de referência do surfe feminino brasileiro,chegando ao vice-campeonato mundial em 2021.
Na Polinésia Francesa,a atual sétima colocada do ranking competiu três vezes. Além de dois terceiros lugares (2022 e 2024) e um quinto (2023),conquistou uma nota 10 na semifinal deste ano,em uma das melhores baterias da história do surfe feminino diante da local Vahine Fierro,que sagrou-se campeã da etapa e também estará nos Jogos. Ciente do fardo que carrega em sua segunda participação olímpica,ela sente que é uma “oportunidade gigante de representar novamente a bandeira brasileira e inspirar as gerações mais novas a acreditarem nos sonhos delas”.
— Não tem segredo para encarar essa onda. Teahupoo é bem pesada,perigosa e assustadora,mas se você tem experiência e acredita no trabalho que já fez antes,vai ficar mais confortável e confiante para tomar as decisões corretas — destaca Tatiana.
O último desempenho no Taiti e os treinos com a delegação brasileira aumentaram a confiança dela para conquistar a medalha inédita no feminino. Durante a preparação olímpica,Tatiana exerceu o papel de líder ao passar seu conhecimento sobre a temida onda para as estreantes Luana e Tainá:
— Dava para ver que elas (Luana e Tainá) estavam um pouquinho inseguras no começo,mas depois conseguiram ficar confiantes,já que foram evoluindo com mais conhecimento da onda. Foi um privilégio passar minhas experiências sobre Teahupoo,o que elas poderiam fazer melhor,e espero que isso ajude da melhor forma possível na hora da competição.
Por outro lado,Tatiana ressalta que não quis dar uma de técnica das compatriotas e brinca que não pode passar todas as dicas,já que,apesar de estarem em equipe,elas não deixam de ser adversárias nos Jogos.
Luana e Tainá estão na mesma bateria da primeira rodada,que também conta com a alemã Camila Kemp,sendo que só uma avança diretamente às oitavas de final e as outras duas vão para a repescagem no sistema mata-mata. Tatiana tem um confronto de elite mundial pela frente com a australiana Molly Picklum,quarta do ranking,e a americana Caitlin Simmers,atual líder do circuito.
Tainá Hinckel (à esquerda) e Luana Silva (à direita) vão estrear na Olimpíada — Foto: William Lucas/COB
Quem está otimista sobre a performance das brasileiras é o ex-surfista e técnico da delegação,Paulo Moura,que aponta “a capitã Tati” — time brasileiro deu esse apelido com a liderança dela,segundo o treinador — como uma das favoritas ao ouro por todas as conquistas da carreira dela,incluindo ISA Games e Pan-Americano pelo Brasil,em 2023. Além disso,acredita que Luana e Tainá podem surpreender,ainda mais com a imprevisibilidade de Teahupo’o.
— O foco é passar bateria porque,apesar de ser uma onda clássica,com fotos e vídeos impressionantes,rola todo tipo de onda,tanto que já vi campeonatos acontecendo em manobras. Às vezes,não é mais sobre o melhor tubo,mas escolher a onda certa. A Luana e Tainá não podem entrar pensando no tubo da vida,e,sim,em se concentrar no que precisar ser feito na competição — pontua Paulo.
Disputado pela segunda vez nas Olimpíadas,o surfe pode começar hoje e se estender até 5 de agosto. A realização dos quatro dias de competição depende das condições climáticas e das ondas. A previsão é de boas ondulações hoje e amanhã.
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