Região,que abriga uma rica biodiversidade,tornou-se a maior área marinha protegida do Canadá — Foto: Patrick T. Fallon / AFP
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GERADO EM: 17/10/2024 - 04:30
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O litoral oeste do Canadá,conhecido como "Galápagos do Norte" ou "Lago do Grande Urso",está servindo de exemplo global para outras áreas de preservação marinha. A região,que abriga uma rica biodiversidade — incluindo salmões,baleias e bosques de algas — tornou-se a maior Área Marinha Protegida (MPA) do país,beneficiando as populações indígenas locais.
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Após anos de consultas,a área de 133 mil km²,localizada a 150 km da ilha de Vancouver,tornou-se MPA em julho. Com a medida,o Canadá busca ser pioneiro em um novo modelo de proteção integral das populações marinhas. Ao todo,a reserva abriga mais de 64 espécies de peixes,70 de aves marinas,30 mamíferos marinhos e 52 invertebrados,como moluscos,ouriços,entre outras espécies.
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Apesar das lindas paisagens e da rica biodiversidade,a realidade do "Galápagos do Norte" é mais sombria: a contaminação,pesca industrial e as mudanças climáticas estão alterando seu ecossistema. Uma onda de calor em 2021,por exemplo,devastou milhões de organismos marinhos da região.
— Houve anos em que tivemos que interromper a pesca para o nosso próprio povo. A esperança é que,a longo prazo,um ecossistema mais forte signifique mais alimentos para os humanos e uma economia mais forte — disse Danielle Shaw,líder da nação Wuikinuxv.
O Canadá,detentor da maior costa do mundo,visa proteger 30% de suas águas e terras até 2030 — compromisso assumido na COP15,em Montreal. A promessa,anunciada no final de 2022 pelos países participantes da conferência,será motivo de debates e acompanhamento na Convenção de Nações Unidas sobre a diversidade biológica,que começa no dia 21 de outubro,em Cali,na Colômbia.
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O acordo de preservação,firmado entre o governo canadense,a província de Colúmbia Britânica e as Primeiras Nações — povos indígenas do Canadá que habitavam o território antes da chegada dos europeus —,reconhece a necessidade de proteger o ecossistema e garantir a subsistência das comunidades indígenas,que dependem da pesca.
Segundo biólogos marinhos,as zonas protegidas são cruciais para restaurar a biodiversidade e permitir a adaptação das espécies às mudanças climáticas. No entanto,o aumento do tráfego marítimo para exportação de madeira e gás natural pode apresentar novos desafios.
— É deplorável ver como a degradação do nosso meio ambiente foi brutal — afirmou Bo Owaldi,um jovem da comunidade wuikinuxv e guardião da zona. — Temos que unir-nos e lutar pela terra,água e os recursos naturais.
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Considerados como os "olhos e ouvidos" do mar,os jovens vigilantes foram escolhidos por seus povos para atuarem como protetores,administradores e guardiões do oceano. Eles também têm a responsabilidade de participar de investigações para estudar e contabilizar as populações de peixes,caranguejos e outras espécies da área.
— As zonas marinhas protegidas são uma das ferramentas mais potentes que podemos utilizar para proteger a biodiversidade — explicou Kate MacMillan,da organização Wilderness Society,da Colúmbia Britânica.
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