Por que a escolha de uma mulher como CEO de uma das empresas da Samsung surpreendeu a Coreia

Kim Kyung-Ah é nomeada para ocupar o cargo de CEO da Samsung Bioepis — Foto: Reprodução Bioepis

RESUMO

GERADO EM: 27/11/2024 - 22:10

Nomeação histórica: Kim Kyung-Ah,CEO da Samsung Bioepis,desafia desigualdade de gênero na Coreia.

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Para o Grupo Samsung,gigante coreano de tecnologia,este tem sido um ano de marcos históricos. Primeiro,um raro pedido de desculpas público de sua principal empresa,a Samsung Electronics,seguido por uma robusta recompra de ações. E agora,o maior conglomerado empresarial da Coreia do Sul nomeou,pela primeira vez em seus 86 anos,uma mulher que não pertence à família fundadora como CEO de uma empresa do grupo.

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Em um país onde líderes empresariais mulheres há muito enfrentam dificuldades para acessar conselhos corporativos e altos cargos executivos,a nomeação de Kim Kyung-Ah como presidente e CEO da Samsung Bioepis é uma história que provavelmente inspirará a próxima geração de executivos.

Doutora em neurotoxicologia pela Universidade Johns Hopkins,Kim,de 56 anos,tem mais de duas décadas de experiência em desenvolvimento biológico e supervisionará o desenvolvimento de produtos. Sua promoção tem efeito imediato e faz parte da reestruturação de gestão da Samsung anunciada ontem. Neurotoxicologia estuda os efeitos adversos de agentes químicos e biológicos no sistema nervoso.

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Embora a capacidade de Kim de romper o teto de vidro seja notável,executivas mulheres representam apenas 10% dos conselhos das 269 grandes empresas listadas em 2023,de acordo com a consultoria sediada em Seul CEOScore. Isso apesar de homens e mulheres terem níveis educacionais equivalentes no país.

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Anitta entre David Vélez e Cristina Junqueira,cofundadores do Nubank. Cantora tem cadeira no Conselho de Administração do Nubank — Foto: Divulgação

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aís Araújo se tornou embaixadora do Banco Votorantim (BV). Atriz irá participar da cocriação de produtos e serviços — Foto: Divulgação

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A atriz Marina Ruy Barbosa se tornou embaixadora do Banco Safra — Foto: Reprodução

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A apresentadora e humorista Tatá Werneck se tornou embaixadora do Next,banco digital do grupo Bradesco — Foto: Divulgação

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A jogadora Marta se tornou líder de diversidade e inclusão do grupo LATAM — Foto: Divulgação

Assim como Gisele Büdchen,outras mulheres têm conquistado espaço como acionistas,embaixadoras ou conselheiras de negóc

A proporção de mulheres vem aumentando gradualmente,passando de 3% em 2019 para 6,9% em 2021,segundo a CEOScore. Esse aumento ocorre na esteira de uma revisão legislativa em 2020,que proíbe grandes empresas listadas de terem conselhos compostos exclusivamente por homens ou mulheres.

A falta de líderes femininas nas empresas sul-coreanas reflete a desigualdade de gênero generalizada no país,que apresenta a maior lacuna salarial entre homens e mulheres entre os países desenvolvidos,segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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Antes de ingressar na Bioepis em 2015,Kim atuou como cientista principal e,posteriormente,como vice-presidente no Instituto Avançado de Tecnologia da Samsung,braço de pesquisa e desenvolvimento da empresa,com foco em terapias baseadas em anticorpos voltadas para oncologia.

Kim se torna a segunda mulher a liderar uma afiliada da Samsung. Lee Boo-jin — neta do falecido fundador da Samsung,Lee Byung-chull,e CEO da Hotel Shilla — foi a primeira mulher a dirigir uma subsidiária do grupo.

A Samsung foi fundada em 1938,quando Lee Byung-chull abriu seu primeiro negócio,uma loja que vendia peixe seco,frutas e macarrão,na cidade de Daegu,no sul do país. Lee expandiu para os setores de transporte,imobiliário,cervejaria e seguros,mudando-se para Seul em 1947.

Ele fundou a Samsung Electronics em 1969,administrando a empresa até sua morte em 1987. Seus netos agora dirigem o conglomerado,juntamente com gestores profissionais,após o falecimento do ex-presidente Lee Kun-hee em 2020.