Pacheco diz que participantes do esquema de espionagem da Abin Paralela são \'traidores da pátria\' — Foto: Reprodução
Pacheco diz que participantes do esquema de espionagem da Abin Paralela são 'traidores da pátria' — Foto: Reprodução
O presidente do Senado,Rodrigo Pacheco (PSD-MG),criticou nesta sexta-feira as tentativas de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL),investigadas pela Polícia Federal. Durante uma palestra no 19º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji),Pacheco classificou os participantes do esquema,usado contra desafetos políticos do ex-presidente,como "traidores da pátria".
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Pacheco caracterizou o sistema criado para arapongagem como " um uso clandestino e marginal para perseguir pessoas" e "uma deslealdade em relação à sociedade brasileira". Entre os nomes que figuraram na lista de espionados,estavam autoridades do Congresso Nacional,como o presidente da Câmara Arthur Lira,os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes,Luís Roberto Barroso e Luiz Fux.
Também foram monitorados João Doria,ex-governador de São Paulo; os servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges; os auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho,Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.
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Questionado se o Congresso teria falhado em sua prerrogativa de fiscalizar a Abin,Pacheco negou e afirmou que “houve uma sofisticação” na capacidade de “se contaminar uma instituição como a Abin”. De acordo com ele,a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Senado tem a prerrogativa de “realizar o controle e a fiscalização externos das atividades de inteligência e contrainteligência”,entre outras funções.
No entanto,a comissão repudiou em outubro o uso político da Abin,depois da operação “Última Milha”,da Polícia Federal,que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra servidores da agência.
A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira a 4ª fase da Operação Última Milha,com o objetivo de desarticular organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas,utilizando-se de sistemas da Abin.
Foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão pelo Supremo Tribunal Federal,nas cidades de Brasília/DF,Curitiba/PR,Juiz de Fora/MG,Salvador/BA e São Paulo/SP. Até o momento,quatro pessoas foram presas e uma ainda não foi localizada. O uso do programa espião FirstMile foi revelado pelo GLOBO.
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Entre os alvos da ação,estiveram os ex-servidores cedidos para Abin e influenciadores digitais que trabalhavam no chamado "gabinete do ódio" do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Quatro prisões já foram efetuadas: Giancarlo Gomes Rodrigues; Matheus Sposito,que foi assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão passada; Marcelo de Araújo Bormevet; e Richards Dyer Pozzer.
"Os investigados podem responder,na medida de suas responsabilidades,pelos crimes de organização criminosa,tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito,interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio",informou a PF,em nota.
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