Pokémon Go — Foto: Rata Participe da nova seção do GLOBO ‘Conte sua história de amor’! É só mandar seu relato,com no mínimo 4 mil caracteres e no máximo 5 mil,para o e-mail historiadeamor@o
Pokémon Go — Foto: Rata
Participe da nova seção do GLOBO ‘Conte sua história de amor’! É só mandar seu relato,com no mínimo 4 mil caracteres e no máximo 5 mil,para o e-mail [email protected]. É preciso se identificar e mandar um telefone para contato. No entanto,caso prefira,a publicação pode ser anônima. As histórias selecionadas pela nossa equipe serão publicadas a cada 15 dias na versão digital (às quintas-feiras) e impressa (aos sábados) do jornal. Não é preciso ser escritor,apenas ter um conteúdo verdadeiro,vivido por você e com emoção genuína. Qualquer tipo de amor vale a pena!
Confira a história desta semana,enviada por André Zanzin:
"Minha história vai parecer um papo meio de doido misturado com “nerdice”... Mas é isso mesmo. Numa tarde bonita de 2017,eu estava em um parque de Santo André (SP) e vi todo mundo caminhando com celular. Descobri que todos estavam jogando Pokémon Go. Decidi baixar o jogo também lá pelas 17h e às 22h eu ainda estava andando. Sempre gostei de exercício físico,mas odeio esteira,então,quando percebi que andei 5 horas sem nem sentir,pensei: “é isso”.
Pokémon Go — Foto: Rata
Continuei jogando na minha cidade,São Bernardo do Campo (SP) e descobri que existia uma coisa chamada "raid",em que,basicamente,um pokémon forte aparece e algumas pessoas vão ao local lutar com ele para ter a chance de capturá-lo. Conheci jogadores no meu bairro por causa dessa dinâmica e percebi que esse jogo também servia para fazer novas amizades.
No Pokémon Go,existe o chamado "dia comunitário",onde um pokémon X aparece com maior frequência. Ele tem maior possibilidade de vir brilhante e se você evolui-lo naquele dia ganha um golpe exclusivo. Dito isso,imaginem a seguinte situação:
Uma mulher (linda),com um bebê num braço,na outra mão um celular jogando Pokémon,usando um fone de ouvido falando em inglês. Sim,ela estava cuidando da filha,de 2 anos,em reunião com alguém dos EUA e jogando Pokémon.
Essa cena chamou minha atenção de forma cômica. Depois,quando diziam que eu era doido por jogar Pokémon Go,eu contava que tinha gente mais doida do que eu.
Na verdade,a Renata já havia me chamado a atenção por outras coisas também,mas por ela ter um bebê,logo pensei que era comprometida.
Criamos um grupo com o pessoal do bairro e começamos a trocar pokémons. Para isso,as pessoas precisam estar próximas,a uns 60 metros. Então,um dia,ela passou na frente da minha casa de carro,toda produzida,para trocarmos um pokémon. Eu elogiei. Quando fomos trocar de novo,ela estava arrumada de novo,mas eu não quis repetir o elogio,já que achava que ela era casada.
Conversávamos sobre o jogo,até que um dia ela me disse que tinha feito uma inseminação artificial,aí vi que tinha uma brecha ali,e descobri que ela estava solteira. Ela também era 12 anos mais velha,o que,para mim,não faz diferença. Não via como empecilho. Mas,ela é gerente de uma grande corporação. Como paquerar uma mulher dessas? Fazia meus planos,porque não era um simples "Oi,você vem sempre por aqui?" Bom,para minha surpresa ela que me paquerou um certo dia.
Veio a pandemia,mas eu tinha quatro pokémons que ela queria. Então combinamos que ela viria até aqui perto de carro,sem contato. Como só podemos trocar um pokémon especial por dia,então eu a veria quatro dias. No quarto,ela mandou mensagem dizendo que era o último pokémon. “E agora,como eu faço para te ver?”,me perguntou.
Na época,não existia vacina,pouquíssimos lugares estavam abertos e tínhamos toque de recolher às 22h. Ou seja,quase zero lugares para um encontro. Chamei-a para tomar um café na padaria,já que era o único lugar aberto. Mas ela me disse que estava com medo da Covid e se poderia ser um encontro no carro mesmo. Passei no mercado,comprei amendoim,cerveja e umas carolinas na padaria... Quando nos encontramos ela disse "odeio carolina e sou alérgica a amendoim". Também não queria beber.
Acabamos abortando a ideia de ficarmos no carro e fomos para a casa dela,onde ficamos conversando. Esse foi nosso primeiro encontro... Já se foram 4 anos e nos casamos ano passado.
A filha dela já vai fazer 7 anos. E tenho um carinho especial por ela,ajudo a educar,dou presentes. Queremos ter mais filhos,ela tem óvulos congelados e vamos fazer uma fertilização in vitro.
Quanto às nossas “nerdices”,ela amava figurinhas,por uns 25 anos colecionou e tem dois gaveteiros cheio de álbuns. Eu,por outro lado,amo bonecos,tenho dos Cavaleiros do Zodíaco,Simpsons,Disney,Marvel... São minha memória afetiva. Ainda jogamos pokémon todo dia e ela é muito mais viciada que eu. Mas ela ainda faz tudo ao mesmo tempo,não sei como consegue."
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