Rebeca Andrade,da ginástica artística,e Isabel Swan,da vela,fazem crioterapia em Paris-2024 — Foto: Reprodução/Instagram
Rebeca Andrade,da ginástica artística,e Isabel Swan,da vela,fazem crioterapia em Paris-2024 — Foto: Reprodução/Instagram
GERADO EM: 30/07/2024 - 04:00
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Osteopatia,crioterapia,adesivos para dor… Os Jogos Olímpicos são vitrine privilegiada para um grande número de terapias ou produtos de eficácia não comprovada cientificamente. A oferta de métodos do tipo prolifera há algum tempo no universo do esporte de alto nível.
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Melhorar o desempenho,combater a dor e o cansaço... Os motivos são variados para explicar esta tendência,que volta a ganhar destaque a cada edição das Olimpíadas.
— No esporte há uma grande propaganda de todas as medicinas alternativas: há muita procura por parte dos atletas — explica à AFP o neurologista Didier Bouhassira,renomado especialista em dor.
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Jade Barbosa em 2024,na preparação para Paris — Foto: Hermes de Paula
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Jade em 2005 — Foto: Guilherme Lessa / Agência O Globo
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Jade aos 15 anos,em 2006 — Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo
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Jade Barbosa na Rio-2016 — Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo.
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Jade treinando no Flamengo em 2004 — Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
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Jade conquistou o ouro no Pan-2007 no salto sobre o cavalo. A americana Amber Trani levou o ouro e Laís Souza,o bronze — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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Jade chora ao lado do técnico Oleg Ostapenko após cair das barras paralelas na final individual feminina dos jogos Pan-Americanos do Rio,em 2007 — Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo
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Jade durante salto sobre cavalo nos Jogos de Pequim-2008 — Foto: Ivo Gonzalez / Agência Globo
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Jade comemora com ginastas classificação da equipe no coletivo pela primeira vez,em Pequim-2008 — Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo
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Jade durante salto na trave nos Jogos de Pequim-2008 — Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo
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Jade com Daniele Hipólyto durante treino em 2008 — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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Jade Barbosa disputa o Campeonato Brasileiro de Ginástica em 2009 — Foto: Divulgação
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Com Daniele Hypólito durante treino no Flamengo,em 2009 — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
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Em 2010,a ginasta desfilou pela Beija-Flor de Nilópolis no Carnaval do Rio — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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Jade durante treino da seleção brasileira em 2011 — Foto: Jorge William / Agência O Globo
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Jade ganha o ouro nos jogos Sulamericanos de Ginástica de 2014,em Santiago — Foto: Claudio Cruz/Agência Uno
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Jade competindo na Rio-2016 — Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo
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Jade treina no Flamengo em 2018 — Foto: Bárbara Lopes | Agência O Globo
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Publicidade Ginasta é a mais experiente da equipe
Há oito anos,na Rio-2016,a terapia com ventosas ganhou relevância midiática após ser elogiada pelo nadador Michael Phelps,apesar da falta de chancela científica.
Michael Phelps utiliza técnica de ventosas para recuperação muscular em 2016 — Foto: Reprodução/Instagram
Em 2024,outra terapia desperta o apoio de muitos: a crioterapia,que promete ajudar atletas na recuperação após esforços por meio do frio,e cuja técnica mais simples é o banho de água fria. Atletas como Rebeca Andrade,mostraram nas redes sociais serem adeptas da prática,assim como outros integrantes do Time Brasil.
As diferentes federações solicitaram um total de mais de 1.500 toneladas de gelo,segundo um artigo do British Journal of Sports Medicine,uma quantidade muito superior à oferta disponível. Terão de se contentar com 600 toneladas,dez vezes mais do que nos Jogos de Tóquio,em 2021.
No entanto,embora os banhos de água fria tenham demonstrado ser benéficos em casos específicos,como na recuperação de insolação,"o gelo é frequentemente utilizado com a ideia de obter benefícios que não foram comprovados",sustenta o artigo.
Os autores,que criticam o uso rotineiro da crioterapia entre diversas sessões de exercícios,apontam o impacto ambiental da produção e preservação de tais quantidades de gelo.
Mas,entre os atletas,a rainha das terapias alternativas continua a ser a osteopatia. Onipresentes nas equipes técnicas das federações,os osteopatas estão também integrados nos quadros dos serviços médicos oficiais dos Jogos,para o acompanhamento diário dos atletas.
Mas a osteopatia,que promete ser um remédio para uma vasta gama de disfunções corporais,carece de base científica. Muitos especialistas questionam a sua eficácia.
Um estudo publicado em 2021 na JAMA Internal Medicine e realizado em pacientes com dores nas costas comparou a osteopatia com técnicas que serviam como placebo. A diferença "provavelmente não foi clinicamente significativa",apontou a pesquisa.
Os osteopatas oferecem aos atletas,acima de tudo,"bem-estar sem propriedades curativas",avalia à AFP Pascale Mathieu,presidente da associação dos cinesiologistas.
— O que vou lutar mesmo é para evitar que a osteopatia chegue aos hospitais — explica ele.
Mas qual é o problema de promover práticas de eficácia duvidosa,que ainda assim respondem às exigências dos atletas e lhes dão tranquilidade no meio do estresse da competição?
As opiniões variam dentro da comunidade médica,com críticas mais fortes quando se trata de um importante ator da área da saúde que mantém um discurso medicamente discutível.
A gigante farmacêutica Sanofi foi criticada por ter elogiado os benefícios de um adesivo anti-dor,denominado Initiv,antes dos Jogos Olímpicos.
A Sanofi garantiu à AFP que um estudo clínico sobre este adesivo foi "recebido favoravelmente pela comunidade científica",mas este trabalho,realizado sem comparação com um placebo,não convence o neurologista Bouhassira.
— Um produto é elogiado como um milagre,mas estamos diante de pura publicidade,e muito distante da ciência — lamenta o especialista.
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