A greve de 24 horas nas oficinas da CP regista uma adesão de 100%, segundo fonte sindical, mas sem supressões de comboios até ao momento, podendo ter impacto sobretudo na sexta-feira porque hoje "não há ninguém para reparar" avarias.
"As oficinas estão paradas a 100%. Não há ninguém a trabalhar",afirmou António Pereira,do Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (Sinfb),em declarações à agência Lusa.
Segundo o dirigente sindical,o impacto da greve na circulação deverá sentir-se "mais para amanhã [sexta-feira] ou ao final do dia de hoje",uma vez que,"se [hoje] houver uma avaria em qualquer comboio,[este] vai ficar retido porque não há ninguém para a reparar".
Contactada pela Lusa,fonte oficial da CP confirmou que,até ao momento,"não se registam supressões" e que "a circulação está a decorrer dentro da normalidade".
Convocada pelo Sinfb e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários (Stmefe) para o período entre 09 e 31 de agosto,a greve afeta o trabalho das oficinas da CP e incide sobre o trabalho extraordinário,com exceção do dia de hoje,em que é de 24 horas.
Como resultado,a CP alertou para a possibilidade de "perturbações pontuais na circulação".
"Informamos que,por motivo de greve convocada pelos sindicatos Sinfb [Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários] e Stmefe [Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários],entre os dias 09 e 31 de agosto de 2024,preveem-se perturbações pontuais na circulação,podendo ser mais acentuadas no dia 15 de agosto [hoje]",lê-se num aviso no 'site' da transportadora.
A CP chegou a acordo,no mês passado,com 11 sindicatos,tendo sido desconvocada uma greve prevista para essa altura,mas as duas estruturas sindicais não concordam com o que foi apresentado.
Em declarações à Lusa,no dia 07 de agosto,António Pereira,do Sinfb,disse que o acordo que os restantes sindicatos assinaram "foi praticamente [igual ao] apresentado dois dias antes",indicando que,se não tinham acordado antes,também não o iam fazer naquela data.
"Estamos a lutar pela majoração das carreiras. A empresa quer dar-nos mais trabalho com o mesmo dinheiro e nós não aceitamos de maneira nenhuma",assegurou.
A greve dos trabalhadores da CP,no final de julho,foi suspensa depois de ter sido alcançado um acordo de princípio para aumentos salariais e regulamentação de carreiras,divulgou fonte sindical.
"Nos termos do acordo todos os índices salariais são atualizados em mais 1,5% a partir de 01 de agosto de 2024 e o valor do subsídio de refeição sobe para 9,20 euros",pode ler-se num comunicado publicado pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans),no dia 23 de julho.
Por sua vez,a CP deu conta,numa nota,que depois de uma reunião com representantes de vários sindicatos (ASCEF,ASSIFECO,FENTCOP,SINAFE,SINDEFER,SINFA,SINTTI,SIOFA,SNAQ,SNTSF e STF) foi possível alcançar um acordo.
A operadora também já tinha fechado acordo com e o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) e o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).
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