Pesquisadores americanos mapearam gene responsável por digerir amido,que pode ter sido duplicado pela primeira vez há 800 mil anos — Foto: Pexels
Pesquisadores americanos mapearam gene responsável por digerir amido,que pode ter sido duplicado pela primeira vez há 800 mil anos — Foto: Pexels
GERADO EM: 21/10/2024 - 04:01
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O prazer em comer carboidratos como pães e massas,por exemplo,pode ter uma origem muito mais antiga do que se imaginava,revelou um novo estudo publicado na revista Science nesta sexta-feira. A pesquisa,liderada pela Universidade de Buffalo e pelo Jackson Laboratory,nos Estados Unidos,indicou que a duplicação dos genes para digestão destes alimentos começou há cerca de 800 mil anos.
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Trata-se do gene da amilase salivar (AMY1),responsável por digerir o amido - tipo de carboidrato presente em alimentos como batatas,arroz e farinha. A amilase,além de decompor o amido em glicose,também dá sabor a esses alimentos.
"A ideia é que quanto mais genes de amilase tiver,mais amilase poderá produzir e mais amido poderá digerir de forma eficiente",explica Omer Gokcumen,da Universidade de Buffalo.
Os pesquisadores analisaram e mapearam o genoma de 68 humanos antigos,incluindo uma amostra de 45 mil anos da Sibéria.
Crianças comendo macarrão — Foto: Freepik
A descoberta foi de que caçadores-coletores pré-agrícolas,ou seja,antes do desenvolvimento da agricultura,já tinham,em média,de quatro a oito cópias do gene AMY1 por célula. Isso sugere que,muito antes de começarem a domesticar plantas e consumir grandes quantidades de amido,os humanos que viviam na Eurásia já apresentavam uma ampla variação no número de cópias desse gene.
"Isto sugere que o gene AMY1 pode ter sido duplicado pela primeira vez há mais de 800 mil anos,muito antes dos humanos se separarem dos Neandertais e muito antes do que se pensava anteriormente",afirma Kwondo Kim,do Jackson Laboratory.
Posteriormente,segundo o estudo,o número de cópias do gene da amilase aumentou muito graças aos agricultores europeus - especialmente nos últimos 4 mil anos,devido a dietas ricas em amido.
O impacto genético se deu também em animais domesticados que costumam viver com humanos,como cachorros e porcos. De acordo com os pesquisadores,estes espécies tinham mais cópias de AMY1,quando comparados a com animais que não têm dietas ricas em amido.
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