O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu hoje em alta as previsões de crescimento para a Rússia em 2024, antecipando agora um aumento do PIB de 3,6%, acima dos 3,2% previstos em julho, mas piorou as projeções para 2025.
Este desempenho económico surge mesmo numa altura em que o país está sujeito a sanções,sendo que Moscovo injetou milhares de milhões de dólares na campanha militar na Ucrânia,gastos que ajudaram a economia nacional a absorver o choque das sanções ocidentais,que o Presidente russo,Vladimir Putin,insiste que "falharam".
O país também conseguiu reduzir a dependência das receitas orçamentais ligadas aos hidrocarbonetos,para se proteger contra possíveis restrições adicionais ou novos choques externos nos mercados mundiais.
O FMI,no entanto,reduziu as previsões de crescimento para 2025,de 1,5% para 1,3%,num contexto de problemas estruturais persistentes.
O Banco Central Russo já alertou para o "sobreaquecimento" da economia,quando se verifica uma inflação elevada (8,6% em setembro) e uma maior dependência dos investimentos federais,impulsionada em grande parte pela evolução das encomendas militares. Para conter a subida dos preços,os analistas esperam que o banco central aumente as taxas diretoras.
O World Economic Outlook,divulgado hoje,também contem previsões para a Ucrânia,que foram revistas em baixa para um crescimento de 3% em 2024,face aos 3,2% estimados em abril.
O FMI prevê agora um aumento de apenas 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia no próximo ano (o que compara com os 6,5% em abril).
A ofensiva militar russa no território ucraniano,lançada em 24 de fevereiro de 2022,mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Após a invasão,os EUA coordenaram com a União Europeia (UE) e países aliados,como o Canadá,a imposição de sanções destinadas a isolar a economia russa do mercado financeiro internacional,nomeadamente a exclusão dos bancos russos do sistema internacional de comunicação interbancária SWIFT e sanções contra o setor energético.
Nos últimos meses,Washington e os seus aliados intensificaram as sanções contra a "máquina de guerra" russa,com restrições,por exemplo,à exportação de bens que podem ser utilizados tanto para fins civis como militares.
Para contornar as sanções ocidentais,a Rússia encontrou novas maneiras de ganhar acesso a essas matérias-primas,através de países como a China,a Índia,a Malásia e a Tailândia.
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