O total da dívida a pagamento dos municípios portugueses aumentou +2,6% (+114,3 milhões de euros), para 4.584,4 milhões de euros, com o contributo das contas de 148 destas autarquias, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses relativo a 2023.
"Depois de decréscimos anuais sucessivos do passivo exigível [dívida que deve ser paga dentro de determinado prazo] dos municípios entre 2013 e 2020,este cresceu em 2021 cerca de +2,1%,em 2022 +1,5% e em 2023 +2,6%",segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses,da responsabilidade do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (CICF/IPCA) e com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados e do Tribunal de Contas,cuja 20.ª edição é hoje apresentada em Lisboa.
Segundo o documento,o total do passivo exigível foi,em 2023,de 4.584,4 milhões de euros (ME),representando 65,5% do passivo total,com um aumento de +2,6% (+114,3 milhões de euros).
"Continuou a contribuir,essencialmente,para este aumento o acréscimo de valor de fornecedores e credores de curto prazo,neste ano económico,em +123,3 milhões de euros (+9,0%),ao totalizar o valor de 1.495,5 ME",é destacado.
A análise das contas municipais permitiu concluir que 148 municípios aumentaram o seu passivo exigível no ano passado,resultando no acréscimo global de +114,3 milhões de euros (+2,6%),enquanto outros 160 baixaram o valor da dívida a pagar.
O aumento da dívida verificou-se sobretudo em nove distritos e na Região Autónoma da Madeira,com destaque para o de Lisboa,onde cresceu +159,2 ME.
Por municípios,o Anuário destacou a contribuição dos municípios de Braga (+19,1 ME) e de Coimbra (+16,6 ME) para o crescimento desta dívida.
Em outros nove distritos e na Região Autónoma dos Açores verificou-se uma redução do passivo exigível,com destaque para o de Faro,com uma descida de -45,8 ME,e o do Porto,com -35,3 ME.
"Contudo,o valor total desta redução foi inferior,ao valor total do acréscimo apresentado pelos restantes distritos e região da Madeira. Anota-se,ainda,que os distritos de Lisboa e Porto,concentraram 35,2% do passivo (1.614,1 ME)",é salientando.
Entre os municípios que mais desceram o respetivo passivo exigível,destacam-se os de Castelo Branco (-30,1%),Murça (32,6%) e Vila Real de Santo António (-34,5%),que apresentaram uma descida igual ou superior a 30%.
Em 2023,o total do passivo exigível dos Serviços Municipalizados (SM) foi de 125,7 ME,representando 62,0% do passivo total.
Esta dívida dos SM baixou -8,5% (-11,7 ME) em relação a 2022,mas entre 2020 e 2023 o passivo exigível dos SM cresceu +19,7% (+20,7 ME),é realçado no documento.
Já a dívida exigível das 114 entidades do setor empresarial local (SEL) cresceu +5,9% (+45,3 ME).
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