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No Web Summit, startups exibem histórias de crescimento acelerado e disputam a atenção de investidores

Petterson Carvalho (à direita) conversa com a equipe da Cicapet,criada na Universidade Federal do Acre — Foto: Dimitrius Dantas/O Globo

Petterson Carvalho (à direita) conversa com a equipe da Cicapet,criada na Universidade Federal do Acre — Foto: Dimitrius Dantas/O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 13/11/2024 - 22:41

"Startups brasileiras brilham no Web Summit Lisboa com foco em inteligência artificial"

Startups brasileiras se destacam no Web Summit Lisboa com histórias de crescimento acelerado,atraindo investidores e mostrando inovações. O evento reúne mais de 3 mil empresas e mais de mil investidores-anjo,com destaque para o interesse em tecnologias como inteligência artificial. Empresas como a Wibag buscam investimento para revolucionar setores como internet para eventos. Investidores como Petterson Carvalho buscam o "match" perfeito,priorizando fundadores com experiência no problema que tentam resolver. A pesquisa revela que o interesse em IA é crescente,com investimentos previstos em diversas áreas.

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Há nove anos,na edição de 2015 do Web Summit Lisboa,a fintech Revolut era apenas mais uma das empresas com um dos estandes de 1 metro de largura do evento,considerado um dos maiores de tecnologia da Europa — este ano,são 3 mil companhias. Hoje,a Revolut está avaliada em US$ 45 bilhões,superando bancos tradicionais no Reino Unido,como o Barclays.

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Não é por acaso que a edição do Web Summit Lisboa deste ano,além de empreendedores,pesquisadores da área de tecnologia e figuras do mundo pop,atrai uma multidão dos chamados “investidores-anjo”. Segundo dados da organização,são mais de mil circulando pelos pavilhões da MEO Arena,na capital portuguesa.

O Brasil,que conta com um espaço próprio,levou uma delegação recorde de mais de 500 startups para o evento,mais que o dobro do ano passado.

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Um deles é o paulistano Petterson Carvalho,que chegou ao evento após participar de outra feira,também na Europa,em busca do investimento perfeito. Ele está no Web Summit acompanhando um de seus investimentos,a startup capixaba Wibag,cujo foco é oferecer internet para eventos de forma portátil.

A empresa promete substituir um link dedicado,cuja diária pode chegar a R$ 20 mil,por um equipamento no formato de uma mochila que pode custar até R$ 850 por dia.

IA no radar

No Web Summit,investidores como Carvalho têm seu próprio vocabulário na hora de encontrar uma startup,recheado de termos em inglês. Siglas como ESG,que denota empresas com práticas de governança voltadas para a temática ambiental e social,aparecem em quase todas as conversas,assim como as expressões valuation (em quanto a empresa é avaliada) e pitch (a apresentação feita aos investidores-anjo).

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Em eventos como o que termina hoje na capital portuguesa,o foco de Carvalho e outros investidores é conhecer as empresas,o processo até o dinheiro ser investido. No Web Summit,contatos são trocados e encontros são marcados.

Imagem do Pavilhão Brasileiro no Web Summit 2024 em Lisboa — Foto: ApexBrasil

Até o investimento ser feito,geralmente as empresas também precisam passar por um processo de avaliação de riscos (o chamado due diligence,outro termo comumente utilizado no mundo das startups).

Uma pesquisa realizada pela PitchBook,empresa de dados financeiros,em parceria com o Web Summit,ouviu cem investidores de venture capital (que apostam em novas empresas). Desse grupo,43 esperam um aumento no investimento nos próximos 12 meses,boa parte em inteligência artificial (IA) e machine learning (aprendizado de máquina),seguido de perto por tecnologia ligada ao clima e à saúde.

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De acordo com a pesquisa,o interesse em IA tem sido tão grande que oito em cada dez investidores afirmaram ter colocado recursos em alguma tecnologia que lança mão desse recurso.

À caça do ‘match’

Investidores geralmente focam em alguns setores. Carvalho,por exemplo,busca concentrar seu interesse em empresas da área de educação. Mas o match entre o investidor e a startup muitas vezes é feito de forma intuitiva.

— Em eventos como este,são milhares de estandes,e você pode parar aleatoriamente em um. Meu mecanismo,primeiro,é que eu gosto de entender a experiência,qual é a bagagem do fundador da empresa,do cara que criou a ideia. O que aprendi é que as startups que dão mais certo são aquelas em que o fundador sofreu com o problema que ele está tentando resolver — afirma Carvalho.

No estande montado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex),uma das empresas que chamou a atenção de Carvalho foi a Cicapet,criada por pesquisadores da Universidade Federal do Acre e do Instituto Federal do mesmo estado.

Os cientistas estão no processo de desenvolvimento de uma pomada que promete acelerar o tempo de cicatrização em animais. O produto é fruto de uma tese de doutorado que será apresentada na universidade. A empresa busca o investimento para o passo final no processo de aprovação da autorização de uso comercial pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Em muitos dos casos das empresas que Carvalho percorreu com O GLOBO,a busca por investimento não está nem perto dos números que quem está de fora desse universo imagina. A maioria delas precisa de menos do que R$ 800 mil para alavancar seu negócio.

Um dos investimentos feitos por Carvalho foi em uma empresa no ramo da saúde que desenvolveu uma solução com inteligência artificial.

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