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Crescimento da economia impulsiona venda de caminhões, que tem melhor outubro desde 2014

Carga máxima. Modelo da Volvo que pode rodar com biodiesel puro: setor vive fase de lançamentos após programa Mover. Empresas investem em renovação da frota,mas alta de juros pode se tornar entr

Carga máxima. Modelo da Volvo que pode rodar com biodiesel puro: setor vive fase de lançamentos após programa Mover. Empresas investem em renovação da frota,mas alta de juros pode se tornar entrave — Foto: Divulgação/Volvo

RESUMO

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GERADO EM: 14/11/2024 - 21:44

Ascensão do Setor de Caminhões impulsionado por Crescimento Econômico e Inovações Tecnológicas

O crescimento econômico impulsiona a venda de caminhões,com outubro marcando o melhor desempenho desde 2014. Preocupações com as altas de juros e a renovação da frota são destacadas. Modelos mais eficientes e menos poluentes ganham espaço,com destaque para novas tecnologias apresentadas por fabricantes na feira do setor. O setor de caminhões no Brasil está em ascensão,impulsionado por diversos fatores econômicos e ambientais.

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Com a economia ganhando tração,e expectativa de crescimento de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB),segundo o Banco Central,as vendas de caminhões deslancharam. Outubro foi o melhor mês do ano e apresentou a maior venda desde outubro de 2014,segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O que preocupa o setor são as novas altas de juros,já que o segmento depende de financiamento.

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— O que tem puxado o crescimento do mercado de caminhões são os modelos pesados e semipesados,que crescem acima da média. Mas já percebemos aumento generalizado em todos os segmentos — diz Eduardo Freitas,vice-presidente da Anfavea.

Ele avalia que o setor de caminhões está atrelado ao desempenho do PIB. As empresas renovam frotas,especialmente de pesados,para ganhar eficiência e competitividade,com motores que consomem menos combustível,reduzindo custos e emissões.

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Em janeiro do ano passado,entrou em vigor norma estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama),que regulamenta a emissão de poluentes por caminhões. O objetivo é reduzir a emissão de monóxido de carbono,óxidos de nitrogênio e material particulado. O preço dos veículos subiu em média 30%,e as vendas encolheram.

Renovação da frota

A Braspress,empresa de transporte e logística brasileira que atende o território nacional e o Mercosul,comprou 235 veículos,mais 90 carretas para renovar a frota. Usou recursos próprios que somam R$ 116 milhões,sua maior compra dos últimos dois anos.

Vendas de caminhões deslancharam em outubro — Foto: Criação O Globo

— Temos a cultura de manter a frota jovem para não ter falha em entregas,além de ganhar eficiência — diz o diretor-presidente da Braspress,Urubatan Helou.

No Brasil,a frota de caminhões em circulação chega a 2,1 milhões de veículos e tem 64,9% de participação do modal rodoviário no total de transporte de cargas. Mas a idade média dos veículos é de 13 anos e,segundo especialistas,precisa ser renovada.

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Na Europa,a idade média da frota é de 10 anos,mas em alguns países,como Luxemburgo,chega a 6,7 anos,enquanto na Lituânia bate os 17 anos. O mercado europeu de caminhões emplaca entre 250 mil e 350 mil unidades por ano.

No Brasil,entre janeiro e outubro,já foram vendidos 103.316 caminhões,entre pesados,leves e veículos urbanos de carga. No ano passado,no mesmo período,foram 88.450 unidades. Considerando apenas pesados e semipesados,os emplacamentos chegaram a 80.883 ante 66.888 na comparação com 2023.

Só em outubro,as vendas chegaram a 12.218,alta de 29,3% em relação ao mesmo mês de 2023,melhor mês do ano e maior venda desde outubro de 2014.

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Se o ritmo de vendas continuar forte,o ano deverá fechar com 126 mil unidades emplacadas ante as 121 mil previstas pela Anfavea em julho. Será um crescimento de 12% a 13% em relação a 2023,quando foram vendidos 104.155 unidades. Já a produção de caminhões chegou a 117.403 unidades de janeiro a outubro,alta de 42,8% em relação aos 82.243 veículos produzidos nos dez meses de 2023.

Para o especialista no setor automotivo,Milad Kalume Neto,são os motoristas autônomos que têm mais dificuldade de trocar o caminhão mais velho pelo novo,com valores de R$ 250 mil a R$ 1 milhão,dependendo do modelo. Os juros médios do financiamento ficam em média em 28% ao ano,enquanto a Selic está em 11,5% — mas analistas preveem que a taxa básica chegará a 12% até 2025.

O governo federal oferece linhas de financiamento para caminhões,via BNDES e por meio do Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais (Finame),parcelando até 60% do valor do veículo,com prazo de pagamento de até 120 meses e taxa de juro variável.

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Já o Programa Nacional de Fortalecimento do Transportador Autônomo (Pronat) oferece linha de crédito de R$ 80 mil a R$ 160 mil para motoristas com até três caminhões.

Menos poluentes

Os bancos públicos têm linhas específicas para financiar esses veículos,e os privados oferecem empréstimo através do Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Ao menos 80% das vendas são financiadas.

Venda de caminhões deslancha em outubro

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A Braspress comprou 235 caminhões este ano — Foto: Divulgação/Braspress

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Modelo de caminhão da Volvo que pode rodar com Biodisel puro — Foto: Divulgação/Volvo

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Modelo de caminhão Constelattion da Volks movido a biometano — Foto: Divulgação/Volks

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Primeiro caminhão elétrico da Scania vendido no Brasil — Foto: Divulgação/Scania

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Urubatan Helou,diretor-presidente da Braspress — Foto: Divulgação

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Caminhão da Volvo que pode rodar com biodiesel puro — Foto: Divulgação/Volvo

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Publicidade Vendas de caminhões têm melhor outubro desde 2014

Com o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover),do governo federal,os fabricantes começam a apresentar modelos de caminhões a biodiesel puro,diesel com eixo auxiliar elétrico e totalmente elétricos. Na Fenatran,feira do transporte rodoviário,já foram apresentadas novidades.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus mostrou na feira o modelo Constellation movido a biometano,o conceito Meteor Hybrid e a nova geração do caminhão elétrico leve e-Delivery desenvolvido pela montadora. O modelo a biometano iniciará testes em frotas em 2025.

Já o modelo Meteor traz um conceito que combina um motor a diesel e um eixo auxiliar elétrico,que operam com tração inteligente,ajustando automaticamente a fonte de energia com base no trajeto e na disponibilidade de bateria.

— Somos a primeira montadora a desenvolver e produzir caminhão 100% elétrico na América Latina — diz Roberto Cortes,CEO da empresa.

A Volvo trouxe o FH B100 Flex,que pode rodar com biodiesel puro,reduzindo em até 90% as emissões de CO2. E levou para a Fenatran o modelo FM Electric,caminhão pesado com zero emissão de CO2. Ele faz parte de estudo liderado pela Secretaria Nacional de Trânsito,que autorizou o início de operação,em caráter experimental. O objetivo é analisar o impacto de caminhões pesados elétricos sobre o pavimento das estradas.

— Os resultados vêm confirmando os benefícios de rodar com veículos de zero emissões de CO2 — disse Alan Holzmann,diretor de Estratégia e Planejamento de Produto caminhões da Volvo.

A Scania fez na Fenatran a primeira venda de caminhão elétrico importado para a Reiter Log,de logística. O modelo é ideal para distâncias de até 200km em operações ponto a ponto e distribuição,com zero emissão de CO2.

— O agro representa 45% das vendas. Este ano,o setor foi mais fraco com a seca,mas as cargas industrializadas compensaram — disse Alex Nucci,diretor comercial da Scania.

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