O presidente dos EUA,Joe Biden,e o filho,Hunter Biden — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP RESUMOSem tempo? Ferramenta de IA resume para você
O presidente dos EUA,Joe Biden,e o filho,Hunter Biden — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
GERADO EM: 03/12/2024 - 21:18
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O sujeito não gostava de Donald Trump e em 2020 torceu pela eleição de Joseph Biden. Passou quatro anos fingindo não ter percebido que ele estava senil e torcia para que não disputasse a reeleição. Enganou-se. Depois do desastroso desempenho no debate com Trump,a caciquia do Partido Democrata forçou Biden a sair da disputa,e o sujeito passou a torcer por Kamala Harris. Deu no que deu: os republicanos fizeram cabelo,barba e bigode na última eleição.
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Aproveitando o ocaso de seu mandato,Joe Biden valeu-se de uma prerrogativa dos presidentes americanos e perdoou seu filho Hunter,que se reconheceu culpado por vários crimes,inclusive evasão fiscal. Era um caso de cadeia na certa.
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A política americana está com parafusos soltos. Enquanto Biden perdoava o filho e atacava a Justiça,Trump anunciava que o empresário Charles Kushner,pai de seu genro,será embaixador em Paris. Seria apenas um caso de nepotismo,mas Papi Kushner passou dois anos na cadeia,por sonegação e crimes muito maiores que os de Hunter.
Presidentes americanos perdoando delinquentes é coisa frequente,mas nunca houve caso de perdão familiar com ataques ao Judiciário. Com essa medida,Biden passa a disputar com Trump o título de segundo pior presidente no quesito comportamento pessoal. O primeiro lugar ninguém tira de Richard Nixon. Pelo conjunto da obra,a taça continua com George Bush II (2001-2009).
Presidente incapaz,os Estados Unidos já tiveram. Woodrow Wilson governou de 1919 a 1921 depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral que lhe tolheu os movimentos e parte da visão.
Joe Biden aliviou o filho sabendo que,com isso,abre a porta para uma política de perdões amplos,gerais e irrestritos com Trump.
Está entendido que o Partido Republicano expôs seus problemas ao se deixar capturar por Trump. Resta agora a necessidade de olhar para a crise do Partido Democrata. Ela vem de longe,desde 1993,quando o casal Bill e Hillary Clinton entrou na Casa Branca. Jogaram bruto e enriqueceram. Ele tem a maior marca na indústria dos perdões. Aliviou 450 condenados,inclusive o próprio irmão. O casal acumulou tamanho poder que conseguiu neutralizar a influência de Barack Obama no partido.
Biden colocou no próprio colo um perdão escandaloso e fez isso contrariando suas promessas públicas. Nada a ver com outro perdão,o de Gerald Ford a Richard Nixon,em 1974.
O republicano Ford era um político decente. Perdoou seu antecessor,obrigado a renunciar no rastro do escândalo dos grampos do caso Watergate. Fez isso para cicatrizar feridas que jogariam os Estados Unidos numa crise política duradoura. Trapaça da História: com Trump na Casa Branca,o modo crise passa a ser rotina em Washington.
A política americana sempre teve uma sólida capacidade de regeneração. Quando parecia corrompida,depois do desastre dos democratas no Vietnã e da falência da Presidência do republicano Nixon,apareceu Jimmy Carter,um governador da Georgia,pouco conhecido. Saído do nada,elegeu-se em 1976.
Para o sujeito que torceu por Biden,resta torcer para que o barão de Itararé estivesse errado quando disse que,de onde menos se espera,é que não sai nada.
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