Lindbergh Farias (à esquerda) defende movimento “Petistas com Tarcísio” (à direita),enquanto o partido fechou apoio a Paes (centro) — Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados,Roberto Moreyra
Lindbergh Farias (à esquerda) defende movimento “Petistas com Tarcísio” (à direita),enquanto o partido fechou apoio a Paes (centro) — Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados,Roberto Moreyra e Divulgação
GERADO EM: 02/07/2024 - 04:30
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O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) trabalha para ampliar e oficializar a dissidência no partido rumo à campanha de Tarcísio Motta (PSOL) à prefeitura do Rio,na esteira da insatisfação da esquerda com gestos do prefeito Eduardo Paes (PSD). Oficialmente,os petistas vão estar com o candidato à reeleição,mas o parlamentar avalia que a opção de Paes,que deve escolher um vice de seu próprio grupo político,vai ter um “impacto muito grande” na militância. O prefeito deve colocar em curso uma chapa puro-sangue do PSD.
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Segundo Lindbergh,outros quadros da sigla — como deputados e candidatos a vereador— vão aderir ao movimento que ele tem chamado de “Petistas com Tarcísio”. Na leitura do deputado,Paes tem “vergonha” de se associar eleitoralmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
— Não tenho dúvida de que vai ter um movimento que vai crescer quando o Eduardo anunciar o nome do vice,que não vai ser do PT — afirma. — Vamos fazer abaixo-assinado,campanhas em todos os bairros. Vamos ter uma grande campanha do PT,com a cara do Lula,mas com o Tarcísio. Vamos fazer materiais. Eduardo Paes tem vergonha do apoio do PT.
A justificativa do ex-senador petista para encabeçar o movimento versa sobre passado e futuro.
— Entrar como linha auxiliar do Paes pode ser desastroso para o futuro — afirma Lindbergh. —O PT pagou um preço muito alto por apoios do passado no Rio: o próprio Paes,Sérgio Cabral. O partido quase acabou,chegamos a eleger um deputado federal só.
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Senador na época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff,em 2016,o petista afirma ainda que “não esqueceu” o fato de o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ),favorito para a vice de Paes,ter votado a favor da cassação. E,por isso,não confia na lealdade de Paes a Lula para 2026.
Outros partidos de esquerda,como o PDT e o PCdoB,têm manifestado insatisfação parecida nos bastidores e também podem registrar dissidências na campanha,a depender do caminho que Paes seguir.
Presidente estadual do PT,João Maurício de Freitas rebate o deputado. Afirma que Paes já se comprometeu com Lula e aponta que “toda a militância” precisa aderir à campanha de reeleição do prefeito.
— Para nós da direção estadual,a prioridade é a eleição do Lula em 2026,e o prefeito Eduardo Paes já se comprometeu publicamente com o presidente Lula. E temos uma eleição fundamental na cidade do Rio que vai ser Lula contra Bolsonaro,que vai se polarizar. Toda a militância precisa estar com Eduardo logo no primeiro turno para solidificar isso — diz.
Paes tem recebido Lula para diversas agendas no Rio nos últimos meses. Como mostrou o GLOBO,a cidade foi a mais visitada pelo presidente em 2024. No último domingo,durante inauguração de moradias na Zona Oeste,o presidente classificou o aliado como “o melhor gerente de prefeitura que este país já teve”. Os dois trocaram afagos e elogios na agenda.
Desidratar Tarcísio Motta pode ser central para Paes tentar vencer a eleição no primeiro turno. Na pesquisa Quaest,o prefeito aparece em posição confortável,com 51% das intenções de voto — contra 11% de Alexandre Ramagem (PL) e 8% do psolista.
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