Os administradores legais da Evergrande disseram hoje ter obtido ordens judiciais para recuperar 6 mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros) pagos a vários quadros superiores com base em contas fraudulentas.
Em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong,onde a empresa está cotada,os administradores disseram que iniciaram o processo legal no final de março e que,três meses depois,a justiça de Hong Kong autorizou as ordens,que foram mantidas confidenciais até 02 de agosto.
Inicialmente,o processo apontava para o fundador do grupo,Xu Jiayin,o antigo diretor executivo Xia Haijun e o antigo diretor financeiro Pan Darong,mas mais tarde incluiu também a agora ex-mulher de Xu,Ding Yumei,bem como três entidades associadas ao casal.
Os administradores da Evergrande procuram agora recuperar 6 mil milhões de dólares pagos em remunerações ou dividendos,pelo que a ordem limita a capacidade dos sete arguidos de efetuarem transações,venderem ou reduzirem o valor dos seus ativos a nível mundial,referiu o comunicado.
O documento advertiu que o processo ainda está em curso e que "não há certezas de que será bem sucedido ou do montante que a empresa acabará por recuperar".
Os administradores confirmaram também hoje que as ações da Evergrande,congeladas desde 29 de janeiro,não serão cotadas até nova ordem.
Em março,a autoridade reguladora dos valores mobiliários da China anunciou uma multa de 4,175 mil milhões de yuan (531 milhões de euros) para a principal filial na China do grupo Evergrande,por emissão fraudulenta de obrigações e ilegalidades na divulgação de informações.
Xu Jiayin foi ainda multado em 47 milhões de yuan (6 milhões de euros),a multa máxima prevista na lei,e foi banido para sempre dos mercados bolsistas.
Na sua investigação,os reguladores descobriram que a Evergrande inflacionou o seu volume de negócios e lucros nos exercícios de 2019 e 2020,o que resultou na emissão fraudulenta de obrigações e na inclusão de informações falsas nos seus relatórios anuais.
A agência de notícias Bloomberg avançou então que as autoridades chinesas estavam a investigar a empresa de auditoria PwC depois de a Evergrande ter inflacionado o seu volume de negócios em até 78 mil milhões de dólares (71 mil milhões de euros) e os seus lucros em mais de 12 mil milhões de dólares (11 mil milhões de euros).
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