Há mais de 1.300 reservas de rochas com diamantes identificados — Foto: Lipari/Divulgação RESUMOSem tempo? Ferramenta de IA resume para você
Há mais de 1.300 reservas de rochas com diamantes identificados — Foto: Lipari/Divulgação
GERADO EM: 19/09/2024 - 04:01
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Entre os séculos XVIII e XIX,o Brasil foi um dos principais produtores de diamantes do mundo. E agora tenta voltar ao mapa global de extração de pedras preciosas. A principal empresa em operação no país,a canadense Lipari Diamond Mines,atravessa um momento decisivo desde sua chegada em 2005,quando adquiriu os direitos minerários da Mina Braúna,localizada no município de Nordestina,na Bahia. Após o início da produção em julho de 2016,a companhia está investindo US$ 5,5 milhões na construção de túneis para a transição da sua operação a céu aberto para a lavra subterrânea,a mais de 200 metros de profundidade,visando manter sua trajetória de crescimento.
A transição realizada pela companhia visa posicionar o Brasil em um patamar semelhante ao de grandes produtores mundiais,como África do Sul,Botsuana e Canadá. Segundo Kenneth Wesley Johnson,presidente e CEO da empresa,Braúna é uma das principais minas de diamante da América do Sul desenvolvidas a partir de um kimberlito,rocha que pode conter os diamantes. Entre 2016 e 2023,a produção representou mais de 85% do total brasileiro,somando 1.144.675 quilates de diamantes naturais.
— A mudança de uma operação a céu aberto para uma subterrânea numa mina de diamantes de kimberlito é uma etapa comum no desenvolvimento de minas e segue caminho semelhante ao de outras minas de kimberlito,como a de Ekati e Diavik,no Canadá,e Premier e Koffiefontein,na África do Sul. Esperamos que a produção de diamantes na nova operação subterrânea seja comparável à produção média de cerca de 130 mil quilates de diamantes naturais por ano que obtivemos na operação a céu aberto — estima Johnson.
Geólogo trabalha na Lipari Diamond Mines,que atua na Bahia — Foto: Lipari/Divulgação
Com o investimento,o número de funcionários deve subir de 206 para 330,entre próprios e terceirizados,nos próximos anos. Atualmente,a Mina Braúna produz diamantes brutos naturais,do tipo gema,e toda a produção é exportada,segundo o executivo.
Johnson diz que o Brasil tem potencial para ganhar um papel relevante no mercado internacional de diamantes. Ele lembra que o país possui mais de 1.300 kimberlitos identificados. Com isso,afirma o executivo,o Brasil deveria ter ao menos dez minas em operação atualmente.
— Não resta dúvida de que,com o investimento adequado em pesquisa mineral,o país poderá ocupar novamente um papel relevante no mercado. Mas isso atualmente depende da implementação de incentivos para tornar o Brasil um destino atraente para a exploração mineral — afirma
Para Johnson,apesar dos problemas relacionados à exploração de diamantes durante o período colonial,entre 1700 e o fim de 1800,a produção de pedras preciosas foi um dos grandes vetores de desenvolvimento no Brasil.
— Impulsionou o surgimento de novas cidades,como Diamantina,em Minas Gerais,e a construção de infraestrutura,com rotas comerciais que se mantêm até hoje na forma de rodovias — completa o CEO da Lipari.
A empresa se instalou no Brasil em 2005,quando adquiriu os direitos minerários de Braúna,que pertenciam à Vaaldiam Resources,também canadense. Por meio da Vaaldiam,foram investidos mais de US$ 28 milhões na exploração e desenvolvimento da mina. A partir de 2012,mais US$ 61 milhões foram aplicados na execução de um programa de amostragem que comprovou a viabilidade técnica e econômica do depósito mineral.
Segundo Raul Jungmann,diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram),o Brasil tem potencial para voltar ao mapa global,mas é necessário que o país estude mais seu território:
— Hoje temos uma mina ativa no Brasil com indicação de novo potencial,mas mapeamos pouco o nosso território. Temos apenas 27% do país estudado. Se olharmos EUA e Canadá,esse mapeamento já alcançou 95% de suas terras — conclui Jungmann.
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