O presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, defendeu hoje a necessidade de criar instituições competitivas no caso de possíveis fusões entre bancos, após o interesse do italiano UniCredit no alemão Commerzbank.
"Para que as empresas possam enfrentar e financiar as suas tarefas futuras,precisamos de bancos fortes e sólidos. No caso de possíveis fusões,é importante que o resultado seja uma instituição competitiva que cumpra esta tarefa da melhor forma possível",afirmou Nagel num evento organizado pelo Commerzbank em Frankfurt.
O presidente do banco central alemão proferiu estas palavras após a entrada do UniCredit no Commerzbank,com a compra de 9% do capital,e a defesa pela entidade italiana de que uma eventual fusão criaria valor acrescentado e um concorrente mais forte.
Na sua opinião,os investimentos na Alemanha não são atualmente tão elevados como seria desejável e a indústria debate-se com um ambiente concorrencial difícil,o que levou a economia do país a recuar 0,1% no segundo trimestre.
Neste contexto,apelou à redução dos encargos burocráticos para acelerar os processos administrativos,à introdução de melhorias,especialmente nas infraestruturas digitais e na educação,e à implementação de medidas para aumentar a oferta de mão-de-obra.
No que diz respeito à inflação,Nagel afirmou que "foram dados passos gigantescos no sentido da estabilidade dos preços",mas a trajetória "permanece incerta e terá algumas curvas",num contexto em que a lenta diminuição da pressão salarial torna o processo "difícil".
Por esta razão,considerou que as taxas de juro "não vão descer tão rápida e acentuadamente como subiram",mas que a política monetária terá de permanecer "suficientemente restritiva durante o tempo suficiente" para que a taxa de inflação atinja o seu objetivo.
"Para mim,é importante que a inflação se estabilize o mais rapidamente possível no valor-alvo de 2%. Para o conseguir,não nos vamos comprometer antecipadamente nas nossas decisões futuras. Pelo contrário,continuaremos a analisar os novos dados com um espírito aberto. A nossa política de taxas de juro não funciona em piloto automático",afirmou.
Por último,defendeu um balanço mais pequeno do Eurosistema e a aplicação das novas regras orçamentais da União Europeia (UE).
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