Presidente Lula recebe o \'communiqué\' do U20 das mãos do prefeito do Rio,Eduardo Paes,junto às prefeitas de Freetown,Aki Sawyerr,e de Paris,Anne Hidalgo,e do presidente do Chile,Gabriel Boric —
Presidente Lula recebe o 'communiqué' do U20 das mãos do prefeito do Rio,Eduardo Paes,junto às prefeitas de Freetown,Aki Sawyerr,e de Paris,Anne Hidalgo,e do presidente do Chile,Gabriel Boric — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
GERADO EM: 17/11/2024 - 23:07
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Após quatro dias de debates realizados no Armazém da Utopia,na região portuária do Rio,o Urban 20 (U20) — fórum do G20 que reúne gestores das principais cidades do planeta — terminou,ontem,com a entrega ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva de um documento assinado por representantes das 26 cidades integrantes do U20,mais sete observadoras e 25 convidadas. Ao todo,mais de 100 estiveram representadas nos debates. O enfrentamento de problemas relacionados às mudanças climáticas tem destaque no documento,que ressalta que os governos locais precisarão de algo em torno de US$ 800 bilhões anuais,até 2030,para investimentos capazes de mitigar o impacto nas cidades.
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Lula recebeu o documento das mãos do prefeito Eduardo Paes ao lado das prefeitas Yvonne Aki-Sawyer,de Freetown,capital de Serra Leoa,e Anne Hidalgo,de Paris. O presidente Gabriel Boric,do Chile,também participou da cerimônia como convidado. A expectativa é que o texto seja levado pelo Governo brasileiro para os debates na cúpula principal do G20,que acontecem hoje e manhã no Museu de Arte Moderna (MAM),com a presença dos chefes de Estado e de Governo das maiores economias do mundo. Ao todo são 36 itens que abrangem temas como inclusão social e luta contra a fome e a pobreza; e reforma das instituições de governança global,além de desenvolvimento sustentável e transição energética.
Urban 20. Prefeitos de várias cidades do mundo posam para a foto oficial no fim do encontro que durou quatro dias,no Armazém da Utopia,no Centro. Participaram cerca de 100 representantes que tiveram como anfitrião o prefeito Eduardo Paes — Foto: Beth Santos/Prefeitura do Rio
Ao receber o documento,Lula afirmou que “as cidades não podem custear sozinhas (...) o financiamento da transição climática” e frisou que,além de investimento global,é necessária uma “governança multilateral adequada”.
Anfitrião do evento,Eduardo Paes afirmou que o mundo vive uma era de transformações globais e defendeu uma mudança na governança mundial,com o objetivo de garantir que as cidades tenham acesso a financiamentos internacionais para implementar soluções climáticas.
— Nós,prefeitos,sabemos quão duro pode ser o nosso ofício. Pedimos que os governos se comprometam a oferecer 800 bilhões de dólares por ano para enfrentar as mudanças climáticas até 2030. A diferença e as desigualdades entre as cidades do Hemisfério Sul precisam ser enfrentadas — disse o prefeito do Rio.
A preocupação com a obtenção de fontes de financiamento para projetos que preparem as cidades para as mudanças climáticas e o impacto que a eleição de Donald Trump pode ter sobre os esforços para mudar a matriz energética americana foram temas da entrevista coletiva que encerrou o U20.
— De onde virão os recursos,essa é a pergunta de 1 milhão de dólares. Nós entregamos ao G20 um manifesto porque eles que têm a resposta. A gente entende que eles (os países mais ricos) devem colaborar com recursos. As emissões colaboraram com o cenário atual em que sofremos com enchentes,deslizamentos,incêndios florestais e ondas de calor — disse a prefeita Yonne Aki-Sawyerr.
O prefeito Eduardo Paes observou que,independentemente de recursos governamentais,há entidades de fomento interessadas em oferecer crédito para cidades.
A carta aprovada pelo U20 menciona que 56% da população mundial vive em áreas urbanas e que há expectativa de que esse percentual suba para 70% até 2050. O documento desta ainda que há atualmente mais de 50 conflitos armados no mundo que geram “impacto direto na cidade e nas suas populações” e consequências como aumento da inflação,da vulnerabilidade social,além de interferir também na segurança alimentar e energética.
O documento traz recomendações para os líderes globais. Entre elas,que o Brasil lidere o enfrentamento à fome e à pobreza,e a mobilização global contra as mudanças climáticas. O texto defende ainda a implementação,em escala global,de medidas para taxação fiscal progressiva,isto é,em que os maiores percentuais incidam sobre a parcela mais rica da população.
Proteção Social
Apoio global,nacional e local para proteger trabalhadores durante o processo de transição da economia e da matriz energética e enfrentar conflitos e crises provocados por desastres climáticos.
Alimentação e nutrição
O acesso igualitário à alimentação para todos como forma de combater a fome,especialmente com relação às crianças.
Igualdade
Reconhecer e garantir aos portadores de deficiências acesso igualitário à saúde,educação,empregos e acesso a serviços e infraestrutura digital de forma digna.
Direitos garantidos
Serviços públicos efetivos que garantam à população,água,saneamento,moradia e cuidados de saúde para se adequar às mudanças demográficas,inclusive de imigração.
Empregos verdes e sustentáveis
Investimentos em empregos sustentáveis,que devem ser feitos dialogando com os mais vulneráveis,inclusive com os que correm risco de perder postos de trabalho por conta da transformação digital.
Cultura
Compreender a cultura como elemento de criatividade,diversidade e transmissão de conhecimentos na agenda global do desenvolvimento sustentável.
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