O presidente internacional da fabricante de carros elétricos chinesa GWM,Parker Shi,que visita pela primeira vez o Brasil — Foto: GWM
O presidente internacional da fabricante de carros elétricos chinesa GWM,Parker Shi,que visita pela primeira vez o Brasil — Foto: GWM
Pela primeira vez no Brasil,o presidente internacional da fabricante de carros elétricos chinesa GWM,avalia que a eleição do presidente Donald Trump,nos Estados Unidos,pode reduzir a velocidade de enfrentamento das questões ambientais,mas não vai frear a transição para tecnologias de descarbonização.
Primeira unidade no Brasil: inauguração da fábrica da GWM será em maio de 2025
— É uma tendência no mundo. Ele pode enfraquecer a velocidade dessas mudanças,elevando o custo. Mas não tem como parar — disse Parker a um grupo de jornalistas,lembrando que o empresário — e concorrente — Elon Musk,dono da Tesla,fabricante americana de carros elétricos e alidado de Trump,deve ajudar o novo presidente nessa questão.
Trump já foi um crítico mercado de veículos elétricos,dizendo que os compradores desses carros dizendo que eles “custam muito” para serem fabricados e que “serão feitos na China” no futuro. Dias depois,em um comício,Trump disse: “Eu sou a favor de carros elétricos. Eu tenho que ser,porque o Elon me apoiou muito. Então,eu não tenho escolha.”
Parker,que na quinta-feira reuniu-se com o governador Tarcísio de Freitas,de São Paulo,estava acompanhado do novo presidente da montadora para o Brasil e México,Andy Zhang. Há a expectativa de uma agenda de ambos com o presidente Lula,no início desta semana.
Parker afirmou que este ano a GWM venderá 450 mil unidades fora da China até dezembro,um volume 30% maior do que em 2023. Pelo menos 400 mil unidades já foram comercializadas até agora.
O Brasil,onde a companhia inaugurará sua primeira unidade em maio de 2025,é um ponto importante das vendas,só ficando atrás de Rússia e Austrália.
— Iniciamos as vendas há menos de dois anos e,este ano,serão 28 mil unidades vendidas. A escolha do Brasil para ter uma unidade de produção foi correta — disse Parker,lembrando que a GWM já produz fora da China na Rússia,Austrália,México e na Europa.
Ele afirmou que tanto o mercado brasileiro de veículos (que deve passar de 2 milhões de unidades vendidas este ano),como a cadeia de suprimentos,além da posição estratégia do país para exportações na região,foram fundamentais para que a GWM decidisse produzir localmente,na cidade de Iracemápolis,no interior de São Paulo. Além disso,afirmou,a maior parte da energia produzida no país vem de fontes limpas,se conectando com os produtos vendidos pela GWM.
O primeiro veículo a ser fabricado no país será o SUV Haval 6. No ano que vem,a previsão é que sejam vendidos 30 mil unidades,entre importados e veículos que já serão produzidas no país. A partir de 2026,apenas a produção local abastecerá o mercado brasileiro.
Parker disse que a GWM busca um crescimento de vendas no longo prazo. Ele afirmou que a briga de preços,com concorrentes oferecendo grandes descontos nos produtos para ganhar mercado,não é saudável para o negócio. A estimativa da GWM é que até 2026,60% dos componentes utilizados para os carros da montadora produzidos em São Paulo sejam nacionalizados.
— Queremos construir a marca com qualidade no Brasil,tendo uma cadeia de suprimentos,rede de concessionárias,funcionários,governo e a sociedade — afirmou o presidente internacional da GWM.
O novo presidente da montadora de carros elétricos GWM para o Brasil e México,Andy Zhang — Foto: GWM
Andy Zhang disse que até o final deste ano mais 100 pessoas serão contratadas para trabalhar na unidade de Iracemápolis e,no final do primeiro semestre de 2025,já serão 700 pessoas na operação. Ele revelou que 50 pessoas já estão trabalhando no setor de Pesquisa e Desenvolvimento com a tecnologia flex,além de estudar produtos adequados ao mercado brasileiro.
— Já são 88 concessionárias abertas,serão 100 até o final do ano e 130 até 2025. Queremos uma rede sustentável. Em relação a peças,atualmente,temos 95% de reposição — garantiu.
A montagem dos veículos será feita peça por peça. Inicialmente,a empresa planejava montar os veículos utilizando conjuntos de componentes já prontos e importados.
Como incentivo à montadora,o governo de São Paulo está suspendendo a cobrança de ICMS na entrada das peças e de outros ativos. A cobrança será feita na saída,possibilitando que a montadora não fique com créditos acumulados de ICMS. O governo de São Paulo também dá alguns incentivos para fornecedores que se instalarem num raio de 50 quilômetros da fábrica.
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